11 dias antes.

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Gostaria de dizer que a semana tinha passado tranquilamente, sabe? Sem Normani vomitando na minha banheira. Sem eu ter que acordar duas da manhã com um telefonema maluco dizendo que ela estava numa briga de bar, ou que tinha pegado uma carona e ido parar em Nova Jersey (esse dia foi uma merda).

O sábado foi legal, mas aí no domingo ela chegou em casa às sete da manhã com uma garota, as duas se trancaram no quarto e eu só vi as caras delas depois do almoço, e tudo estaria ok se a garota não tivesse vomitado no meu pé quando acordou. Argh. Eu juro que não era obrigada a passar por aquilo. Depois do vômito no meu pé Normani prometeu não levar mais nenhuma garota para lá, ainda mais porque não tinha conseguido nada com a "garota do vômito". Amém.

Na terça fui para mais um resgate e descobri que Normani tinha ido parar no prédio da Dinah. Pior parte? Dinah não estava e sua mãe não ficou nada satisfeita em ter que abrir a porta a uma e meia da manhã para Normani.

Mas era quinta-feira e ela tinha me prometido que não ia sair mais de casa aquela semana. Será que ela criou juízo? Não. Foi proibida de voltar no seu bar habitual. Eu não podia estar mais contente com aquilo.

Eu amava Normani como uma irmã, mas eu odiava quando ela decidia enlouquecer por aí, porque eu não conseguia não ficar preocupada. Não era só chatice minha por não querer que ela bebesse, eu tinha medo. Queria soca-la quando me acordava às três da manhã para busca-la em algum lugar, mas ficava aliviada ao saber que pelo menos ela ainda sabia onde estava.

Claro, todo dia eu ameaçava não ir busca-la no dia seguinte. Falava que ia me mudar se ela vomitasse em algum lugar da casa de novo. Dizia que ia desligar meu telefone e deixar ela apanhar dos namorados das meninas que ela tentava ficar. Mas eu fazia alguma dessas coisas? Não. Eu levantava, colocava meu sobretudo e ia para mais um resgate.

Eu já estava de saco cheio daquilo, e eu só queria minha melhor amiga de volta. Queria poder apenas me divertir com ela como sempre fazíamos. Eu faria qualquer coisa para que Normani voltasse ao normal.

-Laur, me empresta seu celular? – Pediu entrando no meu quarto, sem bater na porta, e eu tirei os olhos do meu celular e lhe encarei.

-Pra que?

-Só preciso ver um negócio.

-Ah. Então não. – Respondi bloqueando a tela e colocando o celular entre minhas pernas.

-Por que não? – Mani cruzou os braços, chateada.

-Você vai stalkear a Dinah com o meu perfil.

-E daí?

-Mani, fala sério. O que você acha que vai encontrar?

-Que ela já está com alguém e foi por isso que ela terminou comigo.

-E por que você iria querer ver isso?

-Pra saber que o problema não é comigo. Vai Laur, por favor, eu nunca te pedi nada.

-Que mentira, você me pede coisas toda hora. – Ela fez carinha do gato do Shrek. Apertei meus lábios, convencida. Droga, ela era boa naquilo. Peguei o celular e lhe entreguei – Toma.

-Ok, vamos ver o que ela está aprontando. – Pegou o celular da minha mão e se sentou na minha cama de frente a mim. – Oh. – Exclamou de repente.

-O que foi?

-Aquela vadia está nas Bahamas.

-Mani, ela precisava de um tempo longe... É melhor assim...

-ELA ESTÁ NAS BAHAMAS, LAUREN. – Jogou meu celular na cama e se levantou com a mão na cabeça. – Eu estou aqui me acabando e ela está se divertindo nas Bahamas.

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