Dia 14 de 16.

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-Bom dia. – Falei assim que Camila abriu os olhos. Ela sorriu, se espreguiçando e coçando seu olho como uma criança. Eu sorri, apaixonada pelos seus movimentos. Ela voltou o rosto para mim, ainda com o sorriso bobo no rosto.

-Bom dia, Lolo. – Alcançou meus lábios e eu não me importei em beija-la mesmo estando as duas com hálito de quem tinha acabado de acordar. Ouvimos batidas na porta e reviramos os olhos ao mesmo tempo. Sempre tinha alguém para atrapalhar.

Camila resmungou um pouco, mas se levantou e colocou as roupas que achou primeiro no chão. Seu short que usava no dia anterior e minha blusa. Eu me enfiei embaixo das cobertas e continuei sem roupa. Eu sabia que ela ia se livrar de qualquer pessoa que tivesse ali.

-Ah, oi Dinah. – Camila disse e eu arregalei os olhos colocando as cobertas tampando minha cabeça. – Mani.

-Oi Mila, o que vocês vão fazer hoje? – Ouvi a voz de Dinah dizer.

-Não sei.

-Cadê a Lauren? – Mani disse. Não ouvi nada por alguns segundos e de repente ouvi uma gargalhada de bem mais perto. – TÁ SE ESCONDENDO, É SAPATA?

Não me mexi.

-Lauren, para de ser ridícula. – Normani continuou de mais perto ainda. – Não me faz arrancar essas cobertas.

Abaixei as cobertas lentamente descobrindo meus olhos. Elas riram.

-Como se eu não soubesse que você tá com essa bunda branca sem roupa aí debaixo. – Riu, fazendo com que as outras meninas também fizessem o mesmo.

-Não estou mais tão branca assim. – Me defendi desembrulhando o resto do rosto.

-O que vamos fazer hoje? – Dinah perguntou novamente se aproximando na cama. Me revirei desconfortável. Tudo bem, eu estava debaixo das cobertas, mas elas sabiam que eu estava sem nenhuma roupa por baixo o que era extremamente desconfortável.

-Tomar café, praia, e à noite vamos em uma festa com a Ally. – Disse rapidamente. As três concordaram com a cabeça. – A gente encontra vocês lá daqui a pouco.

-Tudo bem. – Dinah virou-se para a ir para porta. – Não demorem transando, eu tenho certeza que já fizeram isso vezes suficiente ontem.

-Vai à merda. – Resmunguei. Ela gargalhou sendo acompanhada da Normani.

-A Laur ama fazer sexo, mas odeia quando a gente fala a respeito. – Normani brincou como se tentasse explicar porque mandei sua namorada ir à merda.

-Porque vocês não têm nada a ver com isso. – Resmunguei de novo. – Vai, vão embora de uma vez.

-Pensando bem... – Dinah disse abrindo a porta. – Camila, faz ela gozar pra ver se ela fica menos chata.

-Pode deixar. – Camila falou sorrindo e fechou a porta depois que elas passaram. Correu até a cama, pulando nela e rapidamente tirou as cobertas, jogando-as no chão me deixando nua na sua visão.

-Camila, a gente não precisa... –Tentei dizer, mas antes que eu terminasse a frase senti sua mão tocando meu sexo e ela rapidamente alcançou o lugar que ela tanto queria.

-A gente não precisa? – Perguntou e eu mordi meus lábios. Revirei os olhos e separei minhas pernas. Ah, que é? Talvez elas tivessem razão. Talvez gozar ajudasse no meu mal humor.

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Encontramos Normani e Dinah para o café, e aproveitamos para combinar com a Ally de irmos juntas para a mesma boate de alguns dias atrás. Dessa vez pelo menos não ia ter tanto drama. Era o que eu esperava.

Passamos todo o dia na praia. Nós quatro parecíamos estar em um encontro de casais, e eu achava irônico o tanto que eu e Normani reclamamos daquilo no começo. Aliás, tudo ali era irônico. Já tinha mais de uma semana que Normani não bebia, e ela estava sendo um doce e fazendo tudo que a Dinah pedia. Elas não se desgrudavam, era o tempo inteiro cheio de beijinhos e carinhos. Eu não me importava, até porque eu tinha a Camila ali comigo, mas que era irônico, era! Logo quem. Normani Kordei, que não se importava com nada além do próprio umbigo, finalmente, depois de quase um ano terminando e voltando com a Dinah, tinha se entregado completamente. Parecia ter entendido que quando a gente tá com alguém que a gente gosta de verdade, não tem jeito, a gente vai fazer papel de trouxa, vai ser otária, e vai ser completamente da pessoa, mesmo que ela não seja completamente nossa.

O que não era o caso. Dinah era completamente dela. Talvez fosse o meu caso. Talvez por mais que eu tivesse me impedido de sentir qualquer coisa, agora eu fosse completamente da Camila, mesmo que a reciproca não fosse verdadeira. Droga. Eu teria um grande problema quando voltasse para Nova Iorque.

No finalzinho da tarde, voltamos para o quarto para nos arrumar para a festa. Quando Ally terminasse seu turno nós iriamos. Normani entrou correndo e disse que ia tomar banho primeiro. Eu não questionei, sentei na cama e fiquei pensando na merda que seria voltar para o inverno de Nova Iorque. Talvez eu devesse me mudar para as Bahamas.

-Laur? LAUR! – Normani parou na minha frente sacudindo a mão. – Tá pensando na Camila?

-Não.

-Tá sim, você tá com cara de idiota.

-Mani, não estou.

-Por que você não assume que a ama?

-Por que você não assume que você não tem nada a ver com isso? – Perguntei de volta levantando da cama para entrar no banheiro. Normani não se importou com a suposta grosseria. Na verdade, ela gargalhou levando completamente na brincadeira, apesar de não ter sido.

-É engraçado quando você fica puta assim. – Se justificou. – Sabe, eu não me importo que... – Seu celular tocou com uma mensagem nesse momento e ela baixou os olhos para ver. – Puta que pariu.

-O que? – Perguntei indo até ela.

-Olha essa minha namorada que gostosa. – Virou o celular pra mim e eu revirei os olhos.

-Vou tomar banho. Vai se arrumando porque você demora muito.

Tomei banho e depois me juntei Normani para me maquiar. Demoramos um pouco ali. Era a primeira vez em muito tempo que nós ficávamos sozinhas para conversar sobre tudo que estava acontecendo. Ela também estava com medo de voltar para Nova Iorque e perder a mágica do relacionamento delas. Mas pelo menos se elas perdessem alguma coisa ia ser só a "mágica", já eu ia perder a Camila.

Ouvimos batidas na porta. Levantei correndo para abrir, Camila e Dinah estavam do outro lado.

-Eu estou pronta. – Disse com um sorriso no rosto, depois encarei a Dinah. – Mas você conhece sua namorada.

-Eu resolvo isso, espera. – Entrou no quarto e eu voltei meu olhar para Camila que estava boquiaberta me encarando.

-Você tá... – Segurou a barra do meu vestido e fez menção de levantar. Olhou para dentro do quarto. – Gostosa pra caralho nesse vestido.

-Camz! – Exclamei envergonhada. Senti meu rosto queimar de vergonha. Ela tinha aquele efeito em mim.

-O tanto que eu queria tira-lo, você não tem ideia.

-Mais tarde ele vai estar no chão do seu quarto. – Falei sorrindo e ela mordeu os lábios empolgada. Logo depois avançou para o meu me dando um beijo tão excitante que eu realmente quis que ela tirasse meu vestido ali.

-Ei. Para de sugar a cara da Camila. Vamos embora. – Dinah disse me cutucando. – Ally já está indo, não vamos deixar ela esperando.

Separei nossos lábios e sorri para Camila, que tinha o mesmo sorriso idiota no rosto. Entrei novamente no quarto, peguei minha bolsa e depois nós saímos em direção à boate.

A noite foi bem divertida. E não deu nenhuma confusão. Bebemos o suficiente para ficarmos todas alegres (menos a Mani que só deu alguns goles escondidos da minha vodka), então ninguém ficou bêbado demais como da última vez. Eu ia sentir falta se estarmos todas juntas como se fossemos amigas de infância. Estar ali foi a melhor coisa que já me aconteceu em muito tempo!

Bahamas FiveOnde histórias criam vida. Descubra agora