8 dias antes.

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Era domingo, eu estava jogada no meu sofá torcendo para que quando Normani acordasse, de ressaca, já tivesse esquecido da informação que ela vinha repetindo desde quinta. Dinah estava nas Bahamas. Eu não podia me importar menos. Na verdade, eu achava ótimo ela não estar em Nova Iorque, porque normalmente aqueles quinze dias eram o máximo de tempo que elas conseguiam ficar longe uma da outra e nós estávamos quase chegando lá.

Não que eu não gostasse da Dinah, para ser honesta eu realmente a adorava. Ela era alegre, fazia a Normani feliz na maior parte do tempo, e me apoiava dizendo que Mani não deveria beber tanto ou em alguns anos não teria mais fígado. De verdade? Eu achava que elas eram bonitinhas juntas e apoiava o relacionamento delas na maior parte do tempo.

Mas aí que mora o perigo. Dinah precisava de mais do que a Normani podia lhe oferecer. Ela gostava de mimos, beijinhos, "eu te amo" a cada duas frases, e minha amiga era o oposto disso. Não sei se ela passou muito tempo convivendo comigo, o que eu sei é que nós duas não tínhamos saco para aquele tipo de coisa. Então talvez Dinah fosse mais feliz com outra pessoa, e Normani com alguém menos carinhosa e dependente. Sei lá.

O que eu sabia é que eu estava feliz que Dinah estava na Bahamas porque aquilo daria mais tempo para as duas pensar na relação delas e ver se iriam continuar ou terminar de uma vez por todas.

-Me aplauda. – Normani disse entrando na sala e eu parei de olhar para a TV e a encarei. Ela estava com os braços abertos e sorria.

-Você arranjou um emprego? – Perguntei empolgada e ela revirou os olhos.

-Não, mas eu não vomitei na banheira ontem! – Disse com um sorriso do tamanho do mundo e eu realmente lhe aplaudi.

-Eu não deveria ficar tão orgulhosa disso, mas eu estou. Fazer o que. – Sorri e ela concordou com a cabeça. Foi até a cozinha e pouco tempo depois voltou com uma xícara de café na mão.

-Eu estive pensando... – Se sentou ao meu lado e eu me virei para ela. – A gente podia tirar férias, né?

-Do que você está tirando férias mesmo? – Perguntei irônica e ela empurrou meu braço devagar.

-É sério, Laur. Vamos tirar férias.

-Ok. E para onde iríamos?

-Sei lá. – Deu de ombros olhando para TV. – Uma praia.

-Hm.

-Talvez Havaí. – Disse sem me olhar e eu sabia exatamente onde aquela conversa ia terminar.

-Havaí?

-É. Ou, sei lá... Califórnia. Bahamas.

-Aí está. – Eu disse revirando os olhos e ela finalmente me olhou.

-Lauren, eu nunca te peço nada...

-Já estabelecemos que isso é mentira. – Falei lhe impedindo de continuar. – Normani eu não vou para Bahamas para que você reconquiste a Dinah.

-Por que não?

-Porque não.

-Tudo bem, mas não se esqueça que você pode morrer no inverno de Nova Iorque ou ficar na praia das Bahamas pegando um bronzeado, o que lhe parece melhor?

-Você esqueceu que eu trabalho.

-Você é praticamente uma escrava, e já devia ter tirado suas férias há uns dois meses atrás. O que te impede de tirar agora?

-Normani, sinceramente. Você quer que eu vá até uma ilha com você para você tentar reconquistar a Dinah? Nada disso faz sentido.

-Por que não?

-Ela pode estar com alguém. Quer dizer, ela está de férias em uma ilha tropical.

-Não seja ridícula. Ela não ia conseguir alguém mais tropical que eu em nenhum lugar. – Ela sorriu, convencida, e eu concordei com a cabeça. – Laur, pelo amor de Deus, para de agir como se eu tivesse te pedindo para matar um cara comigo. A gente vai ter férias.

-Eu realmente preciso de férias. – Disse passando a mão pelos meus cabelos e olhando a cor das minhas pernas. Eu normalmente era branca. Talvez mais que isso, quase uma parede. Mas ultimamente eu estava tão branca que no Halloween eu poderia tranquilamente ir de fantasma, sem colocar nenhuma fantasia.

Só que eu gostava tanto de praia. E ficar algumas horas ouvindo música e olhando para as ondas quebrando na areia clarinha. Tudo bem, eu merecia mesmo sair daquilo inverno infeliz.

-Claro que sim. Não existe ninguém que trabalhe mais que você. – Normani disse levantando empolgada e pegando seu computador. – Vamos olhar passagens.

-Que você vai pagar para mim.

-QUE? Nem vem, está louca? Eu não tenho dinheiro para isso.

-Eu paguei as últimas contas e suas bebidas nos últimos três bares que fomos.

-Pffff. – Fez barulho com a boca. – Isso já faz duas semanas.

-Tudo bem, então você vai sozinha para as Bermudas stalkear sua ex-namorada. Divirta-se. – Levantei do sofá e ela segurou meu braço.

-Senta logo, eu compro essa merda no cartão dos meus pais. – Disse revirando os olhos e eu me sentei novamente ao seu lado com um sorriso.

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