Dia 7 de 16.

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Já eram quase duas da manhã, mas o sorriso de Camila tinha me deixado com os olhos arregalados até aquele momento. E também a foto que eu tirei sua no meu celular. Ah que se foda o certo, o errado, o convencional, o que eu gostava, a porra toda.

Levantei tentando não fazer barulho, coloquei um biquíni e um vestido fino por cima. Eu estava nas Bahamas. Eu podia fazer o que eu quisesse.

Andei depressa até o 209. Bati na porta umas dez vezes até obter uma resposta resmunguenta de lá de dentro.

-Porra, espera caralho. – Camila falou lá de dentro e eu pensei melhor. Talvez eu não devesse estar ali. Talvez eu devesse ter esperado até de manhã. Ai meu Deus, qual era o meu problema? Era melhor eu correr para fora dali. Camila abriu a porta. – QUE?

-Oi. – Perdi todas as palavras. Elas se chocavam umas contra as outras na minha cabeça. Não tinha nada que eu pudesse dizer naquele momento que fizesse o mínimo de sentido. Meu coração acelerado e meus olhos arregalados provavelmente me entregavam.

-O que você está fazendo aqui à essa hora? – Camila me perguntou comprimindo as sobrancelhas. Não parecia estar confusa com minha presença ali, e sim com raiva.

-Eu fiquei trancada do lado de fora do quarto. – Falei a única coisa que passou pela minha cabeça.

-De novo? – Perguntou incrédula. Eu podia mentir, mas...

-Não. – Saiu sem querer. – Desculpa, não. É mentira, não fiquei.

-Então o que você quer?

-Fazer algo louco. – Sorri. – Você me perguntou se eu tinha um lado maluco. Eu te falei que só mostrava para quem merecia.

-Hm. – Me incentivou a continuar. Passou a mão pelos cabelos tentando arruma-los.

-E você merece. Então, eu vim te chamar para fazer algo doido. – Sorri de novo. – O que você acha?

-São duas da manhã. – Informou.

-Isso. Já começa por aí.

-Eu estou de pijama. – Passou a mão pela testa.

-E eu de biquíni. O resort inteiro está dormindo. Isso não é uma boa desculpa.

-O que você quer fazer?

-Roubar uma bebida do bar e ficar bêbada na praia. – Camila sorriu.

-Você consegue fazer melhor que isso.

-Sim. Se eu estiver bêbada. – Disse e ela concordou com a cabeça entrando novamente no quarto.

-Entra aí, eu vou colocar uma roupa. – Me chamou e eu fiz o que ela falou. Seu quarto era, obviamente, maior que o meu e o de Mani, porque ela morava ali. Também não parecia nada com um quarto de hotel. Camila pegou alguma roupa dentro da cômoda e eu fiquei em pé olhando em volta enquanto ela entrava no banheiro para se trocar. Saiu do banheiro pouco tempo depois com um short jeans e uma blusa colada no corpo. – Vamos.

A acompanhei para fora do quarto e nós começamos a andar lado a lado em silêncio. Eu a olhava de canto de olho.

-O que deu em você hoje? – Me perguntou e eu dei de ombros.

-Queria fazer algo legal com alguém legal.

-Hm. – Respirou fundo. – Achei que tínhamos combinado que você não podia me elogiar.

-Seria mais fácil se você não fosse alguém tão elogiável. – Eu disse fazendo Camila gargalhar. Eu não acredito que estava tentando flertar chamando-a de "elogiável". Bem feito receber uma gargalhada no meio da minha cara.

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