Capítulo 1 - Onde tudo começou

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História também publicada no spirit.

***

Elena

Eu não poderia dizer que toda segunda feira era maravilhosa, porque não era. Acordar cedo nunca foi algo que gostei, principalmente na segunda feira, sempre é a mesma rotina; acordar cedo e ir para a escola. Acredite, quando você tem 17 anos a única coisa que você quer fazer é dormir a manhã toda e de noite talvez uma baladinha com os amigos.

O trajeto para a escola não era tão longe, só havia que andar cinco quarteirões. Eu já estava na metade do caminho, mas algo dentro de mim dizia que não era para eu ter saído de casa. O beco estava escuro e esquisito, parecia aqueles filmes de terror. Não havia nenhum carro, nenhuma loja aberta ou algo tipo. Estava deserto, sem nenhum vestígio de alguém. Eu não tive medo de passar era tão comum pra mim, eu sempre ia por esse caminho.

Eu já estava perto da escola, só havia mais 1 quarteirões e meio. Caminhei pelo o beco em passos lentos, eu estava com preguiça. Quando chego perto do fim do beco, um carro preto para bem na minha frente. Naquele momento eu pensei que era algo normal, que era apenas alguns moleques tentando ganhar atenção, mas eu estava errada. Naquele momento eu já estava morta a muito tempo, eu só não sabia ainda. Eu fiquei sem reação no começo, mas então eu fiz o que sempre faço quando alguém me intimida: eu abaixo a cabeça e ando olhando para meus pés.

O barulho da porta se abrindo me fez levantar a cabeça e ver o que era - ou quem era - dentro do carro saiu dois homens altos e muito forte, pareciam "gigantes", um com os cabelos negros e o outro um pouco castanho, eles tinham um ar de caras malvados. Dei passos largos e mais rápido, eu queria chegar o mais rápido possível. Eu estava com medo, admito.

- Ei gatinha, espera aí. - Um deles me chamou, apenas ignorei e continuei a andar mais rápido. Até que mãos fortes seguraram minha cintura e com isso me puxaram e eu fiquei com as costas colada em seu corpo. Oh não! Uma de suas mãos foram para meu braço e segurou firme.

- Me solta, agora! - me debati sobre seus braços, mas era inútil. Ele era mais forte que eu, muito mais.

- Calma gatinha. Vamos só aproveitar um pouco desse seu corpinho delicioso, antes de leva-la para o chefe. - disse.

O quê? Eu não vou para lugar nenhum. Eu havia puxado meu braço com toda a força que eu tinha. Maldita hora em que eu não fiz algum treinamento de autoproteção, se eu pelo o menos tivesse feito alguma única aula, com certeza eu não estaria aqui sendo segurada por esse pervertido. Tem tanta prostituta em cabarés, mas não, ele tem que vim atrás do mais difícil. Todo homem é desse jeito?

- Eu estou a um segundo de quebrar o que você tem no meio de suas pernas, eu vou repetir mais uma vez. Me solta. - ele deu uma risada sádica e apertou mais meu braço e me puxou mais para seu corpo.

- Ele pode quebrar. Sabe porquê? Porque depois do que eu vou fazer com você, ele não vai aguentar. Eu vou te foder com tanta força até você perder seus sentidos.

- Tudo bem. Daqui a quinze minutos de nunca, você me foder.

- A ironia não lhe caia bem, gatinha. - ele começou a dar alguns beijos molhados pelo o meu pescoço. Nojento! Eu não conseguir esperar mais nenhum segundo e dei um chute no meio de suas pernas. Ele caiu gemendo de dor, tempo o suficiente para eu sair correndo.

- Vadia. Tyler ela fugiu. - grunhiu. Comecei a correr mais rápido possível, eu já estava chegando perto de uma rua mais movimentada até que sinto mãos me agarrando, dessa vez mais forte.

- Me solta, por favor. - eu implorei. Ele deu uma risada irritante e continuou me levando a força até o carro.

- Seu desgraçado... me solta. - gritei me debatendo. Suas mãos percorreram o caminho das minhas coxas, lagrimas desciam sobre meu rosto. Era incrível como as coisas aconteciam comigo.

- Eu prometo não contar a ninguém, vocês nunca mais vão me ver. Por favor, me solta. - Minha voz saiu tremula, as lagrimas desciam sem parar. Naquele momento eu estava sentindo nojo de mim mesma, aquelas mãos nojentas sobre meu corpo. Eu fechei meus olhos, talvez assim eu não visse aquela barbaridade que iam fazer comigo, mas com certeza eu sentiria.

- Soltem ela. - Alguém gritou, sua voz era incrivelmente rouca. Por favor seja a polícia, eu rezava silenciosamente. Meus olhos abriram com um pouco de dificuldade, acho que estão vermelhos de tanto chorar. Quando meus olhos estavam abertos por inteiro, eu o vi. Ele olhou para mim com seus olhos azuis hipnotizantes, não é a polícia, mas talvez ele me ajude. Eu não tenho certeza, ultimamente a única certeza que eu tenho, era que eu não deveria ter saído de casa. Para mim não era algo comum ser abordada por pervertidos no meio da rua.

Quando percebo eu estou sozinha sem ninguém me segurando, meus olhos percorreram o local, os três estavam brigando, sequencias de socos e chutes sem parar. Eu fiquei ali olhando, minhas pernas não obedeciam meus comandos. Porra, simplesmente eu poderia sair correndo, nunca mais eu iria os vê-los.

- Entra no carro. Agora! - gritou. Eu não sei porquê, mas eu entrei sem questionar. É algo sobrenatural, eu fiz o que ele mandou sem nem ao menos saber seu nome. Será que foi sua voz? Ah aquela voz incrivelmente rouca, ele fez cada parte do meu corpo se arrepiar com apenas quatro palavras. E seus olhos azuis?

Desejo ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora