Capítulo 4 - Não se esqueça

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POV: Elena

E tudo que acreditamos, que confiamos, pode acabar um dia. Como a chama de uma vela, depois de um longo e impetuoso sopro. Estou me sentindo como se tivesse a beira do abismo, ou pior. Não sei o que vai vim daqui para frente, mas algo me diz que não será nada bom. Minha coxa está doendo, meus pés estão cortados, eu não vou dizer que vai piorar, porque ultimamente... se alguém me disse que estar havendo a terceira guerra mundial, eu vou acreditar sem nem questionar.

— Levanta da cama, temos que ir embora. Eu não quero ficar aqui para ver a polícia chegar. — ele pegou no meu braço com força, fazendo me levantar da cama bruscamente.

— Eu não consigo. — reclamei, tentando tirar suas mãos do meu braço. — Meus pés estão cortados, eu não consigo andar.

— Droga. — grunhiu. Ele olhou para trás e viu as pegadas de sangue.

— Eu vou levar você nos meus braços. — ele abaixou-se para me pegar no colo, mas andei para o outro lado.

— Você não vai tocar em mim. Eu prefiro ir andando, mesmo com esse chão cheio de cacos de vidros.

— Por que? Tenho medo de não conseguir se controlar? — suas mãos foram para o meu quadril, empurrando-me para a parede. Assim, ficando entre a parede e ele.

— Você se garante tanto, não é? Mas precisou fazer isso tudo para poder ter alguém com quem transar. Eu tenho nojo de você. E sim, eu prefiro andar no chão cheio de vidros, do que ter suas mãos imundas no meu corpo.

— Não se esqueça que você é minha agora, querendo ou não; você não tenho escolha. — ele apertou meu rosto, erguendo-o para cima. — Você não tem ideia de quantas queriam estar no seu lugar, você deveria se sentir privilegiada.

— Privilegiada? A única coisa que sinto é nojo. — falei, com um pouco de dificuldade.

— Eu vou fazer você mudar de ideia quando chegamos em minha casa. — ele roçou seus lábios pelo o meu pescoço.

Descemos a escada devagar, ele sempre reclamando por minha lentidão. Idiota, não sabe o quanto o odeio. A casa estava toda destruída, era um pouco difícil andar sem se machucar. Passamos pelo o sofá da sala, quando viu seu corpo ensanguentado no chão.

— Matt... — sussurrei, caindo de joelhos perto do seu corpo, sem me importar com os vidros.

— Não me diga que você gostava desse fracassado? Ah, por favor, Elena.

— Ele não é um fracassado. Ele me ajudou a fugir, quando seus homens. — apontei para ele. — Estavam tentando me estuprar.

Ele franze o cenho confuso e ao mesmo tempo com raiva. Ele se move até mim, seus olhos estão diferentes. Um azul mais escuro, ele está com raiva e eu estou com medo. Não tenho ideia de como ele pode ser perigoso.

— Vamos. — agarrou meu braço, me levando para fora da casa.

Chegamos perto do seu carro, era uma Lamborghini preta. Não dava para ver o que tinha dentro, as janelas eram de vidro fume. E isso me dava mais medo, ninguém de fora poderia ver o que estava acontecendo dentro. Poderia morrer, mas ele não iam poder fazer nada.

— Para onde você está me levando?

Ele me empurra para dentro do carro, e fecha a porta. Segundos depois, vejo ele dobrando o corpo no assento e ligando o carro.

— Coloque o cinto. — disse, ultrapassando o sinal vermelho.

Não demorou muito e chegamos a um aeroporto particular. 4 horas dentro de uma avião com um maníaco, um assassino. Fiquei todo o caminho em silencio, algumas lagrimas insistiam em descer, mas eu as limpava rapidamente. Não queria que ele me visse chorando. Permaneci a viagem toda acordada, eu não queria dormir e nem poderia, só Deus sabe o que ele poderia fazer comigo. O avião pousou e pegamos um carro para sua casa, não era muito longe. O tempo todo ele estava no telefone, gritava e xingava sem parar. Eu não sabia do que se tratava, mas escutei algo que me deixou com mais medo ainda, foi "Sim, quero todos no salão, sem exceção."

Desejo ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora