Capítulo 39 - Tarde para você voltar

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É um pouco tarde para você voltar. Dizer que foi apenas um erro. Pensar que eu perdoaria você assim. Se você pensou que eu esperaria por você. Você pensou errado. (If I Were A Boy — Beyoncé)

POV: Autora

Ela não sabia o que fazer ou que dizer. Ele estava ali. Vivo. Sem nenhum arranhão e bem. Mas ele estava morto! Como poderia estar ali? Algo estava errado. Ela não deveria estar vendo ele, ele estava morto. E mortos não aparecem para pessoas vivas. E muito menos falam com elas.

— Você está morto, isso não é real — murmurou ela ainda parada em seu lugar. Ela não conseguia mexer nenhum musculo, seu corpo simplesmente não queria obedecer seus comandos. Sua respiração estava ofegante como se ela estivesse corrido uma maratona. E seus pensamentos estavam totalmente confusos.

O que estava acontecendo com ela? O que estava acontecendo ali?

— Eu não estou morto, isso é real Elena — disse ele caminhando até ela.

— Não. Pare — ela pediu com a voz um pouco mais alta. — Você está morto. E mortos não falam. Isso é loucura.

Ela fechou os olhos e balançou a cabeça, tentando parar de alucinar. Mas aquilo não era uma alucinação, era real.

— Elena, eu estou aqui. Eu não morri.

— Eu vi a reportagem. VOCÊ ESTÁ MORTO — ela gritou sentindo seus olhos marejarem. — Não faça isso comigo. Não me torture. Eu não sou louca. Eu não sou louca — ela repetiu para si mesma.

— Olhe para mim, eu estou aqui. Com você, Elena. Isso é real. Você está me escutando, está me vendo. Não é uma alucinação — ele falou como se estivesse lendo seus pensamentos.

Elena virou o rosto para o lado e olhou para o chão. Aquilo não era real, não podia ser.

— Elena. Eu posso te contar o que aconteceu.

Ela não disse nada e ele encarou aquilo como um sim.

— Eu forjei minha morte. Não foi eu que morri no incêndio, foi outra pessoa. Katherine não tinha como saber que eu estava vivo, ela viu meu corpo, pensou que me viu morto. Não tinha como ela identificar se era realmente eu, há não ser por uma corrente que eu usava do meu pai. Eu sabia dos riscos, mas era a única maneira que eu tinha para para-la.

— Mas ela não parou — rebateu Elena baixo.

— Eu sei. Eu sabia que ela poderia ir atrás de você por isso mandei Stefan ficar de olho. E quando eu percebi que ela iria atacar, eu mandei ele tirar você de lá e levar para um lugar seguro. Eu não podia me arriscar, não podia pôr você em perigo.

— Stefan sabia? Todos sabiam, menos eu? — Ela perguntou irritada.

— Não. Caroline não sabia — Ele suspirou antes de continuar. — Eu sabia que se ela soubesse contaria a você.

Elena respirou fundo mais uma vez e passou a mão no seu rosto, limpando as lagrimas. E depois de alguns segundos, ela levantou a cabeça e o encarou.

—Por que não me contou? No dia em que estava no meu quarto. Por que não me contou? — ela perguntou olhando para ele com raiva.

— Eu não podia, Elena. Katherine poderia lhe torturar para saber se eu estava realmente morto. Era melhor você não saber.

— Ela poderia ter me torturado até a morte e eu não iria dizer. Eu não faria isso com você — assegurou ela. — Mas você não pensou em mim, não é Damon? Eu passei os últimos dias chorando, pensando que você havia morrido. Eu me senti horrível, me perguntei milhões de vezes por que eu não fiquei do seu lado? Por que eu não aproveite cada segundo ao seu lado? Eu sofri por sua casa. Eu estava sozinha. Grávida. Eu passei por tudo isso sozinha, esperando um filho seu. E você não pensou em mim. Uma única vez. Você foi egoísta comigo, Damon.

— Você está gravida? — perguntou surpreso.

— O Stefan não te contou? Eu pensava que ele era seu informante, visto que você parece saber de tudo que acontece aqui. Mas parece que não — respondeu ela sarcástica. — É ruim, né Damon? Todos saberem e você não? Talvez agora você saiba como estou me sentindo.

Ela andou até porta para ir embora. Não aguentava ficar mais ali nem por um segundo. Ela estava se sentindo traída. Enganada. Todos sabiam e ela não. Ela era... Namorada? Mãe do seu filho? Porra, ela não sabia nem o que significava para ele.

— Ainda não acabamos — ele falou vindo atrás dela.

— Eu acabei.

— Elena — ele a repreendeu puxando seu braço antes que ela saísse do quarto.

E ela não pensou duas vezes antes de se virar e lhe dá um belo tapa na cara.

— Eu cansei. Cansei de ser enganada, Damon. Eu odeio o que você fez comigo. Odeio você — ela repetiu com a voz embargada, sentindo seu rosto ficar molhado com as lagrimas.

— Não faça isso Elena, por favor, deixa-me explicar.

— Acabou — ela balançou a cabeça. — Não posso ficar com você, se você não confia em mim. Não posso.

— Elena, por favor... — ele pediu tentando a tocar, mas ela recuou.

— Não toque em mim. Você é um maldito egoísta — ela vociferou com raiva. — Eu odeio você. Odeio.

Damon tentou a tocar novamente, mas Elena se afastou rapidamente.

— NÃO — ela gritou parando ele que vinha em sua direção novamente. Ele não iria desistir, não poderia fazer isso, ele lutaria pelo o perdão dela. Ele não poderia viver sem ela, não poderia seguir em frente sabendo que ela o odiava.

— Eu te amo, Elena.

E ele disse aquelas 4 palavras que ela tanto gostaria de ter ouvido há alguns dias atrás. Mas agora, naquele exato momento, era apenas palavras vazias. Sem nenhum significado especial.

— É tarde demais para você querer consertar as coisas, Damon.

Essa não era a resposta que ele esperava. Ele sabia que seria difícil falar com Elena, sabia que ela ficaria com raiva, mas não há esse ponto. Ao ponto de odiá-lo. Ela o amava, não amava? Oh Céus, será que ele tinha a magoado tanto assim? Ela não podia odiá-lo. Não era para ser assim. Ele teria que fazer algo. Mas antes de pensar em algo, Elena já tinha ido para o quarto deles dois. Onde ela iria chorar pelo o resto da noite. Sozinha. Sem ele ao seu lado.

Desejo ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora