Capítulo vinte - Doce Casamento (part 2)

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18hrs

A unica coisa que eu conseguia pensar era, que meu sonho finalmente estava se tornando real. Eu me casaria com Thiago, só que tudo isso veio por água a baixo quando um carro que veio pela contra mão  bate direto no que estou. Minha cabeça vai pra frente e apago.

6 horas antes.

Seis horas para o acidente.

- Não gostaria que meu cabelo ficasse muito preso, quero amostrar ele o máximo possível. - digo para Lilith, uma jovem moça do espar que vai começar a fazer meu cabelo em alguns segundos.

É um pouco inusitado, saber que horas atrás estava deitada com meu futuro noivo na cama e daqui a algumas horas estarei deitada com meu noivo. Desde de pequena, sempre quis casar com todos os atores gatos da Dinesy  e ficava treinando meu beijo com meu próprio reflexo no espelho, uma coisa meio lésbica de ser fazer, porém fiz.

Em meio à tantas idas e bondas que aconteceram na minha vida, essa foi uma das melhores.

Ela começa pintando meu cabelo, uma das maiores mudanças que já fiz. De loiro para castanho claro, sempre quis mudar e essa seria uma das melhores oportunidades para se fazer isso. Logo após todo o processo de pintura finalmente, Lilith começa a seca-lo e fazer os cachos na ponta.

- Achei essa cor perfeita para seu cabelo! - proferi.

Dou um sorriso e agradeço.

- Você é casada? - pergunto, assim que vejo a aliança em seu dedo - é que aparenta ser bem nova.

- Sim, sou casada! Me casei aos 19 anos, hoje só tenho dois anos de casada.

Me surpreendo mentalmente, mas decido não fazer mais perguntas.

Cinco horas para o acidente!

Saio da banheira de massagem e vou para a sala onde várias outras noivas se encontraram para fazer as unhas, e limpeza de pele.

Me deito em uma maca, e uma senhora vem ao meu encontro.

- Olá, me chamo Lordiny e eu vou fazer a limpeza de pele.

Soltei uma gargalhada, ela parecia o robô da Google falando. Algumas mulheres olharam pra mim, sem entender nada e eu não estava nem aí pra elas.

- Me chamo Emma! - digo em meio aos risos.

Ela não diz mais nada, apenas começa a aplicar um creme em minha pele, que começa a endurecer depois de um tempo, fazendo como se eu me sentisse uma estátua.

Meu telefone toca, e o certo a se fazer não era nem ter o trago. Porém, assim mesmo o trouxe e atendo.

Ouso um grito, e mais gritos.

Quatro horas para o acidente!

Por sorte trouxe meus calmante dentro da bolsa, estou mais relaxada. Não sei se foi uma alucinação, já que não encontrei nenhum número desconhecido nas últimas chamadas e ninguém ouviu meu telefone tocar. A mulher disse que logo após aplicar a máscara de massagem, eu acabei caindo no sono. Não me lembro.

- Obrigado pela água! - agradeço a mulher.

- Isso é ansiedade pra se casar. - diz.

- Provavelmente.

Aperto um pouco meu roupão, e vou para a área de lazer. Um espaço grande e amplo onde algumas noivas podem aproveitar o ar livre, o jardim e receber visitas.

Chegando dele, sou surpreendida quando um rapaz - um dos poucos funcionários masculinos - diz, que tenho a visita de uma mulher.

- Que mulher? - pergunto.

- Ela disse, que você saberia quem é ela.

Estranho, porém tentador.

- Pode deixar entrar.

Ele balança a cabeça afirmando, e se retira.

Me sento em um banco próximo a um lago onde alguns patos nadam, e observo a paisagem o máximo que posso, até que sou surpreendida por uma voz que não ouvia a muito, muito tempo.

- Filha!

Reviro a cabeça, e dou de cara com minha mãe.

Doce VenenoOnde histórias criam vida. Descubra agora