Lex Talionis

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Na televisão vejo a história de um homem que estuprou e matou a filha do vizinho.

Uma garotinha com talvez uns dezessete anos com sérias ambições de ser uma dançarina.

Axé

Funk.

Sertanejo.

A caixa débil ganhando sinceros votos de ira. Esse desgraçado tem de morrer, porém nossa brava legislação com sua matemática cega. Pagar duzentos anos em pequenas parcelas de trinta. Na verdade uma única taxa de entrada. Bom comportamento dentro do inferno ainda vale algo. Cortada pela metade em alguns anos. Redução de impostos nunca!

Como fica a família perdendo sua pequena esperança pelas mãos de um monstro.

Nenhuma pena.

Nunca fui humanitas.

Sinto-me péssimo, pó e a cerva acabaram. Não tem nada nesta maldita espelunca e ainda por cima uns senhores com seu papo de direitos humanos e universais?

Uma atitude desta é humana e universal?

Sonho com este maluco desaparecendo entre pernas cabeludas dentro de um fétido banheiro/prisão.

Vendeta!

Por que estou tão irritado com toda esta cena. Merda de insônia, e agora esse canal evangelixo querendo pregar que o condenado sofria com o diabo no corpo.

Sofro com o maldito peso.

Renegado por deus.

Queimado pelo diabo comunista.

Estrelas caídas do céu largadas na portaria.

Qual o problema da vida. Pela janela tudo me parece mais cinza, menos real. Perdemos nossos últimos resquícios, da caverna ao hospício.

Embarquei no trem errado e quero soltar.

Ando vomitando pelas frestas toda hora.

Sonho?

Pesadelo!

Lembrança.

Karol e Alberto no bangalô de noite. Meu amigo abusou da mulher da minha vida.

My vida começou a ficar estranha depois disso.

Preciso de um banho.

Uma queda provocando o plano de vingança.

Passageiros a estação próxima fica a meia hora!


18:35


Na piscina devia ter umas cinco pessoas. Dois moleques amigos do riquinho. E três meninas completamente doidas com os seios à mostra.

Alberto e Jonas esperando dentro da casa indiana.

Mesa.

Nela tudo que dopa e o dinheiro podem possuir, e botamos nossos narizes pra funcionar.

Fumaças pra saborear e dizemos besteiras apenas pra sacanear.

Jonas pede camisinhas e chicletes ao meu bolso e some junto com uma das meninas topless deixando uma vela acesa na minha mão, na outra um baseado apagado por que Karol decide ir embora e seu namorado parece insatisfeito com isso.

HipopótamosOnde histórias criam vida. Descubra agora