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Passei na casa de Alberto e K-rol.

_ Onde está o Al?

_ Em algum bar neste momento gastando dinheiro.

_ A coisa anda difícil né amiga?

- Meu pai falando por mim? -

_ Sabe Alexandre agradeço sempre ao Senhor, por termos largado as drogas, temos uma família agora e ainda assim por que beber, ele não está feliz comigo?

- Que louco! -

_ Duvido muito querida, mas vou tentar procurar-lhe;

Entre soluços agradeceu a suposta ajuda, subiu as escadas ao banheiro.

Fiquei sozinho reparando na casa dois andares com uma péssima decoração, típica de Karol. Os bebês pausavam no quarto acima e um grande aquário na sala surpreendeu-me;

_ Veio fazer o que aqui?

_ Ajudar uma amiga;

_Quer é comê-la!

_Como assim, eu a amo!

_Mentira!

_ Alex. Escutei sua voz, Alberto está presente?

- Não. Apenas conversava com seu cavalo marinho de plástico a boiar -

_ Puxa vida, ruminava coisas do passado.

Conversávamos qualquer assunto, sempre deixando ausente nossa transa, aquele período, será que havia esquecido?

O cavalo fitou-me durante todo o jantar. Havia razão nas suas palavras?

Há quanto tempo falara sozinho?

Pensava alto?

Olhava Karol como um símbolo K;

O processo consistia em saber.

Por que a transa?

Uma menina dessas não faz sexo com um gordo apenas por estar chapada? Ou faz?

Por que o ódio?

Por que agora a amizade simples?

Outro caso... Susto, a mesma maionese pairava na mesa, aquele garoto tem razão?

Como é boiar numa caixa de vidro cheio de cloro; a constante chapação?

Transar com K?

Jogadores façam suas apostas!


21:50



Encontrei Alberto próximo a sua casa, sentado no boteco com olhar perdido. Reconheceu logo meu peso;

_ Panda... O que faz por aqui?

Esperei meia hora para explicar-lhe quase tudo e contar-lhe as perdas. Ficou um pouco sentido, mas logo anunciou;

_ Desce mais uma!

_ Ando com problemas, amigo!

Com uma mulher daquelas e lindos filhos, daria um murro na sua cara, mas o negócio acontecera e alguém tivera antes a ideia. Devo dinheiro, saiu de sua boca, o rosto anda pagando dívidas.

Fiquei impressionado afinal o seu pai era rico.

_ Gastei demais, a viagem à compra da casa e faz algum tempo que ele resolveu doar boa parte para instituições, anda meio estranho o velho.

Não havia lhe contado do enterro da Roxana.

_ Desce mais uma!

Sorriu ao preferir perder o dedo mindinho, ainda eram poucas pastelarias, porém no futuro próximo, se os evangélicos chegaram, os católicos catequizaram, os pastéis teriam seu espaço.

_ Desce mais uma!

_ Procure ajuda Alberto, algum grupo anônimo!

_ O habito de beber me salva da pressa do mundo de que eu morra.

Esforcei-me para compreender aquele papo alcoholic.

_ O coelho é rápido por que está preso ao tempo, mas o chapeleiro matou o tempo, sendo isso, para ele só existe o segundo eterno. Essa garrafa é meu instante, e ele deve ser sagrado para nós agora!

_Desce mais uma!

O rabbit corre em fuga do hábito, deixemos de lado o hálito desferido, pois o coelho disse-me certa vez que me ensinaria a fugir do tempo, a largar as banalidades.

_ Mais pra que beber tanto?

_ Desse modo enxergo o maldito, afinal ele é rápido demais e o Castañeda é o tal por causa dele ou da erva do diabo e afins?

Calei-me entre coelhos e tartarugas. Meu amargo amigo estava tão perdido quanto o vosso narrador, peguei um copo.

_ Desce mais uma!

Caim e Abel.

Brindemos a loucura que atormenta os jovens filhos do amanhã, em meio a canais, banais, carnavais... E o restante, um brinde ao instante.



22:22



Antes de prosseguir quero afirmar que a loucura nunca teve méritos na família. Nada de gonzolas ou coisas do gênero.

Dane-se o rato que odeia queijo!

Nunca li nada sobre Bonaparte e seu cão Borbas.

Proveito nenhum do chá de Alice.

Dane-se o porco!

Vesano!

Alguns leitores têm essa impressão. Eu contundo rezo por vocês, rindo perante uma freira, um juiz, fumando um plaz.

O muro que separa!

O abismo não havia ocorrido e por sinal à situação tinha sabor diferente, feliz novamente. Pelo estado de Al com certeza logo herdaria uma rainha e dois príncipes, questão de tempo. Parado no topo do mundo a contemplar toda a vida.

Um luxo que não me daria satisfação, por isso as drogas seriam necessárias.

Eu sei como é isso, perai que vou buscar o dicionário;

Ejacular;

Ensinar;

Epifania..., Uma manifestação divina. Rezemos por nós.


HipopótamosOnde histórias criam vida. Descubra agora