Capítulo I

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Na minha juventude meu avô vivia sempre a dizer que uma guerra servia para limpar restos/corpos das vitimas. Um crime como se referia o boxeador, e nunca daria honras a uma pessoa, imagina a um pombo.

Mas.

A primeira guerra mundial desencadeada pela morte de um príncipe, relatos nas letras postas nos livros, e durante três anos os aliados, os bons ou como vovô preferia:

_ O nosso lado!

Que perdia de vento em poupa, eis que numa inédita decisão o vento bateu asas, as nossas, e fomos convocados para a guerra, os chamados:

Pombos correios.

Que durante o espetáculo sangrento tentavam as turras consertarem a perda das comunicações, graças a nós, elas voltaram ao normal, pelo menos ao de uma batalha.

Carnificina foi ver quantos pombos perderam as asas ou pior suas vidas por causa de um pequeno nome. Graças a uma fofoca que encerrou a guerra dando a vitória aos aliados. Campo cheio de dejetos, nada de batatas.

Aos vencidos: mortos...

Ao meu jovem avô sobrevivente que conseguira entregar a ultima e mais importante noticia.

Seus amigos mortos.

Ao vencedor: uma medalha de honra ao mérito.

A fofoca circulava contendo o intimo segredo dos inimigos.

Ao perdedor: sujas roupas de baixo.

Durante o tempo de recesso vovô pode construir uma família. O dinheiro trouxe ao seu filho conforto, meu futuro papai.

Viviam bem para pombos. Avô tenente do ar.

Mais...

19:00


Do cemitério ao casamento foi tudo tão rápido que quase não consigo ar ao descrever os atos. Os fatos expostos são que casei com a vizinha depois de nossa transa/imaginação. Uma única noite de sexo arrematada com uma ligação para o resto das nossas vidas (assim pensei triste) rotineiras. Obrigação desenvolvida pela boca dos crentes, irmãos, vizinhos enxeridos, família reunida... Merecia o flagelo por possuí-la?

Em que maldita trama havia caído?

Ganhei a benção da igreja, dinheiro, roupas, padrinhos parasitas, madrinhas safadas com seus corpos mofados.

Encontrei o garoto de cabelo vermelho numa festa, formatura da faculdade que perdera há muito.

Entre mortes e sumiços, catequese e índios deu-me a chave da liberdade.

_ Viúva, logo não pode casar de novo.

Agradeci a seu conselho, ele despediu-se com passagem comprada para Holanda junto a sua namorada;

Valentina.

Não era a mesma garota dos lindos lábios.

Cuspi nos meus irmãos tudo, casada, viúva, luto, ia contra nossa igreja, deus castigaria, o diabo sorria.

Atônitos eles foram conversar com ela.

Alguns dias depois já estava casado com aquela mulher que se vestia como a bruxa do 71.

Nunca foi casada. O suposto marido fora inventado pela mãe dela para que a filha não tivesse relações com o diabo do homem.

Sua mãe era de uma versão ortodoxa das nossas assembleias que foi extinta com os direitos das mulheres alcançados.

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