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       Ando com muito esforço pelos corredores da faculdade em busca de minha sala.

13, 14,15...

Onde a turma se espanta como Jason matando o casal bonitinho a fim de transar antes de minha entrada.

Pra que o espanto?

Eles sempre morrem.

Uma menina grita algo antes de enfiar-lhe o facão rente ao peito.

Não ligo para reclamações, já basta se acomodar numa cadeira nada confortável.

Sou canhoto.

E gordo.

Serio, acordei bem hoje.

Mal me lembro da matéria, nem quantas faltas, o assunto ou o numero de mortes. A única coisa da qual minhas retinas têm total atenção é o grande par de seios da professora. Virginia, nome sugestivo sempre portando um decote tomara que caia na minha boca. Duas grandes tetas, fontes de prazer ao longo do dia. Obcecado. Excitado, ao lado um ruivo discute qual seria a teoria mais completa. Completa meu x-tudo que na volta pego; claro sabia que minha presença não duraria mais do que uma ereção.

      Retorno às paredes brancas do hospital, quer dizer do campus, afinal nenhuma vitima acidentada, todas mortas. O corredor vazio para uma continuação/carnificina e ao longe reparo no existencialista de rubro cabelo.

-O idiota estuda aqui?-

Atravesso seu caminho sorrindo pelo dia agradável, dele nem mesmo um reconhecimento. Meia volta, e dirijo-lhe a palavra. Ele seguidamente pede desculpas e quer saber como anda o povo.

Bem cheio de fome;

Sem moradia;

Os meus amigos estão ótimos apareça sempre para termos nossa conversa, interrompida por uma menina ao fundo que o chama. Despedidas, apertos de mãos, trocar telefone deixando um churrasco marcado. O pior é que a vadia que grita no meio da praça de alimentação possui uma linda boca. O belo casal que consegue fugir das garras do monstro e das continuações. Vou atrás do meu lanche e descubro que o atendente por coincidência um ruivo encheu o sanduíche de mostarda, odeio essa porra.

Odeio finais felizes.

Foi péssimo dormir.

HipopótamosOnde histórias criam vida. Descubra agora