Batida de cabeça no banheiro.

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Um grande sol queimava a cabeça e para fugir dos raios do astro olhei uma grande estatua mortuária (memória ruim) que me encarava com sorriso ameno. Ao fundo o coelho grita palavras de ordem.

_ Mate, ame, salve, ande.

Onde estou quis saber do cavalo marinho boiando ao meu lado.

_ Silêncio o fim se aproxima, olhe!

Entre arvores e escadas, minha mãe, Jonas e Karol no colo do hipopótamo que fitava com um péssimo semblante.

O coelho disse;

_Tem mais uma vaga tu queres?

Rejeitei pelo simples fato daquele animal parecer bastante lunático com uma faca nas patas.

Alguém gritou que o trem partiria.

_E tu meu filho o que deseja?

Grandes pombos usando trapos num frio rápido da noite mais rápida ainda.

_ Não sei, mas minhas asas doem;

_ Asas?

Paralisado ao notar que não as possuías mais.

_Esqueceu meu neto, a cortamos e fizemos espetinho com ela, pois como sabe a fome era muita e elas eram de menos.

Todos amputados;

Tudo e inútil quando já se sabe o seu fim.


20:40


Com uma garrafa de cachaça na mão e uma idéia anotada num papel guardado no bolso da calça fui ao encontro do meu melhor amigo/inimigo. Fica difícil avaliar depois de alguns copos, tudo meio vago. Um bar no meio da estrada, perdidos enquanto Al berrava sobre o rabbit/habbit. A cena esfumaçada pelo cigarro que voltara a matar-me.

_ Mas afinal o porquê de marcamos algo hoje?

Somos amigos de longa data, e quero presentear-lhe; Da sacola, aguardente comprada no boteco ao lado.

Lágrimas?

_Pare de picotar cebola no bife!

_Adoroooooooooooooo!

Beba da garrafa;

_ E você?
Prefiro continuar vivo, disfarça e jogo pro santo. O santo das causas impossíveis, dos velhos bêbados que agora dormem na minha frente.

_Alberto?

Apagou como planejado no banho.

Sabonete caído e bati com a cabeça, pela última vez, e uma grande visão onde no final escutei o hipopótamo dizendo:

Você ama k-rol e precisa sumir com Al!

_Certo, vou matá-lo!

A morte já se inscreveu hoje, esqueça dela por enquanto, pense de outra forma. Anotei no papel revisado neste exato momento.

Abel e Caim.

"Bote-o num táxi com vista para o mar"

Olhares discretos ninguém percebe um panda carregando um coelho.

Ninguém da à mínima para um bêbado.

_Táxi!!

_Tome o dinheiro e largue-o numa praia!

_ Serve lagoa? Meio longe da areia;

Serve sorvete de creme por que morango acabou; o garoto anunciava;

Ok;

Toma o troco, boa noite Alberto!


21:25



Batidas na porta, felicidade ao pegar o sorvete. Bala pra disfarçar o hálito e o hábito de um cigarro/ansiedade.

_ Alex, muito obrigado por vir!

-Muito obrigado por não matar seu marido-

Um belo jantar.

_Onde estão as crianças?

_ Na casa de uma amiga/vizinha. Preciso dizer-lhe algo;

-Ama-me?-

_Creio que não podemos nos ver mais;

-Mata-me?-

_ Fica meio feio você sempre aparecer aqui quando meu marido não está.

-Mata-me?-

_ Passamos muitas coisas juntas e tenho muita admiração pela sua pessoa.

-Ama-me?-

_Rsrs...Nunca esqueci daquela nossa noite louca; penso que nunca houve igual;

-Quer de novo?-

_Contudo isso é passado, devemos esquecer essas coisas de adolescentes. Casamos-nos, crescemos, somos adultos;

_Alex, que marca é esta no seu rosto, queimadura?

-Joguei fora o anel e Al-

_Karol;

_Fale amigo;

-Amigo?-

_ Por que me rejeitou por todo esse tempo, depois daquela noite?

Assustada...

_ Não sei bem, mas amava o Alberto e havíamos feito uma loucura.

_E daí, quem sabia, doideira foi o Alberto ter-lhe estuprado.

_Alex, o Alberto sempre agia dessa forma e no fundo eu gostava;

-Assustado... -

_ Além disso agi daquela forma por que ele sabia o que acontecera naquela noite e algo mais.

_Algo mais, como assim?

_Você nunca entenderia, porém nunca me esqueci do hipopótamo.

Palavra chave, no aquário a reinar. Como pude nunca notar o amor desta mulher – lágrimas rolando do rosto dela – tentei aproximar-me.

_Preciso subir;

_Não!

Sentia novamente a boca dela, dedos por entre a camisa, seus seios;

_Não podemos Alexandre.

_Sim!

K sobe as escadas correndo, fui atrás como louco;

_O que deu em você homem?

_Te amo, quero você!

_Já teve uma vez, não basta?

_Não!

Bocas unidas, camisa rasgada chupava-lhe o corpo com força;

_Pare!!!

_Não!!

K retorna para o corrimão. Encosto a barriga nela, empurrões, arranhões.

_Solte-me!

Soltei-a de encontro à escada, rolou ate o final quando pousou como brinquedo quebrado.

Lembrei do dia festejado... Finados!


HipopótamosOnde histórias criam vida. Descubra agora