PRÓLOGO

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  Metrópole

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  Metrópole.

  Eu estava no meio de uma metrópole. No meio dos passos apressados, das pessoas andando como se a única coisa que importasse fosse chegar à um destino que parecia não poder esperar; ignorando completamente as outras pessoas, também com a mesma pressa robótica. O céu azul sem nuvem sustentava o sol forte que se imprimia nas inúmeras janelas de vidro dos edifícios que me cercavam.

  Então eu caí.

  De novo. Eu estava em uma metrópole.

  O vai-e-vem das pessoas era bem menor agora... e mais alguma coisa havia mudado...

  Os edifícios. Ao longe, alguns deles pareciam inacabados, e isso dava a impressão de abandono. Em mim, um desespero perturbador.

  De repente, um barulho ensurdecedor seguido da explosão de uma enorme esfera de fogo atrás de mim provocou um calor infernal e me fez perceber o que eu não tinha visto até então; tudo ao meu redor se transformou em um angustiante pandemônio.

  Duas colunas. Torres. Assustadoramente altas e iguais. Uma delas estava envolvida por uma mistura de fumaça e fogo. As pessoas entraram em pânico. Os gritos de desespero foram sufocados pelo barulho de outras pequenas explosões no interior de uma das torres que cuspia estilhaços de vidro na rua.

  O fogo vermelho-vivo que contrastava com o céu azul, as janelas quebrando como se estivessem sendo apedrejadas, gritos vindos de todas as direções possíveis, pessoas tomadas pelo medo de serem consumidas pelas chamas se jogando das mais altas janelas para o encontro inevitável com a morte.

  Agonia e sangue. O verdadeiro Inferno.

  De novo.

  Eu caí. No nada. No escuro.

  O preto tomou conta de tudo. Foi como se eu estivesse caindo de olhos fechados do ponto mais alto de uma montanha russa. Um frio na barriga como se tivesse um buraco no meu estômago e o vento passando por ele.

  Branco.

  Eu estava em um corredor branco. No chão, papeis espalhados. Parecia que ventiladores descontrolados os sopraram para longe. No teto, luzes piscando freneticamente, prestes a se apagarem para sempre.

  Gritos, fumaça, fogo.

  Tudo a minha volta começou a girar. Imagens em preto e branco me cobriam a cada piscar de olhos, se encaixando em minha mente como peças de um quebra-cabeça. Como a resposta daquela pergunta que há tempos procuramos e só depois descobrimos que ela esteve o tempo todo ali, debaixo do nosso nariz. Na frente dos nossos olhos e a gente não viu; ou não quis ver.

  Al-Qaeda... World Trade Center... Onze de Setembro.

  Os ataques às Torres Gêmeas.

  Outra explosão.

  Senti meu corpo arder em chamas antes de perder os sentidos e tudo voltar a ser outra vez preto.

  Acordei.




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