QUINZE - Parte Um

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     Deus, o que eu fiz?! Não! Não! Não! Vicente, me perdoa! Por favor, não, não não

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     Deus, o que eu fiz?! Não! Não! Não! Vicente, me perdoa! Por favor, não, não não...  


  - Deixa a gente em paz, Baltazar! - Leonel pede mais alto que o de costume

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  - Deixa a gente em paz, Baltazar! - Leonel pede mais alto que o de costume.

  - Vocês vão se pegar quando estiverem sozinhos? Suas maricas!

  - Não liga, Leonel. Vamos indo - penso em puxá-lo pelo ombro para apressar o pedido, mas desisto quando noto que o gesto pode piorar a situação. Algumas pessoas estão nos olhando pelo canto dos olhos, sem muito interesse no que pode acontecer a partir de agora. Eu só quero evitar que Leonel leve a pior dessa vez. De alguma forma, nossa exposição forçada por Baltazar perdeu a credibilidade faz algum tempo; ele é o único que ainda insiste cegamente em encher nosso saco.

  - Vão! Saiam de perto de mim, seus doentes! - Berra, finalmente deixando Leonel e eu livres para seguirmos, depois de dar um soco em meu ombro pelas costas. Se Leonel tivesse visto, o soco seria a faísca que acenderia o pavio da bomba. Ele não viu. Eu senti. Ainda bem.

  - Você já deveria estar acostumado com essas provocações idiotas dele - falo para Leonel, já sentado em um dos bancos do pátio. Minha voz sai mais zangada que o planejado, o que me deixa numa posição totalmente errada. Se é para que eu fique bravo com alguém, que seja com o diabo do Baltazar! - Não deveria dar ouvidos a ele. - Falo no tom mais passivo possível, tentando me concertar, o que me deixa ainda mais ridículo.

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