Capítulo 13

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O jantar foi bastante divertido. O tio Arthur também me perguntou o que acontecera à minha mão e eu dei-lhe a mesma resposta que dera à minha tia e ao Bruce. Eu não queria provocar preocupação desnecessária, já bastara a cena do desmaio. O desmaio... Será que a Lucy tinha razão e o desmaio está relacionado com a boneca? Não, isso não faz sentido nenhum, mais vale não pensar mais nisso.

Tomei um duche rápido, vesti o meu pijama e preparei as coisas para o dia seguinte. Estava estafada, esta cena da boneca roubou muita energia de mim. Deito-me na cama e adormeço a pensar na conversa que tive com a minha prima.

Acordei de repente. Liguei a luz do candeeiro e...onde raio é que eu estou?

- Olá... - Eu digo e obtenho a resposta do meu eco. – Está aí alguém?

A névoa escura que pairava à minha volta só me deixava ver a cama e dei um grito ao ver uma boneca de trapos com agulhas espetadas ao meu lado na cama, uma não, duas, não, três, quatro... Uma camada delas. Um riso estridente ecoa sobre o quarto e eu começo a sentir medo.

- Quem está aí? – Eu pergunto, mas o riso continua.

- Cuidado! Cuidado! Cuidado! – A palavra pairava no ar como um CD encravado e eu não sei o que fazer.

Acordo sobressaltada e percebo que era apenas um sonho. Tento acalmar a minha respiração, quando ouço alguém a bater à porta e esta abre-se de seguida. Não posso acreditar no que estou a ver, ou melhor, em quem estou a ver. Não pode ser, o que é que ele está aqui a fazer?

- Olá Jess. – O Dylan diz com um sorriso estranho no rosto.

- O que é que estás aqui a fazer? – Eu digo de forma rude, ele não pode estar aqui, eu não quero.

- Eu vim ver-te, eu voltei Jess. – Ele diz e aproxima-se de mim.

- Não, Dylan, não te aproximes, eu já não quero nada contigo, acabou percebes? Acabou, sai daqui, desaparece de uma vez. – Eu sentia todo o meu corpo a tremer e fiquei, praticamente, em pânico, assim que ele se continuava a aproximar.

- Não, larga-me...

- Jess...

- Não, socorro, larga-me...

- Jess, Jess, acorda.

- NÃO. - Acordei sobressaltada e ofegante e percebi que tinha tido um grande pesadelo, assim que vi a minha prima.

- Clama, sou só eu. – Ela diz e eu encosto a cabeça à parte de madeira da cama, tentando ficar com a respiração normal. A Lucy esfrega os seus dedos na minha mão e tranquiliza-me. – Foi só um pesadelo.

- Já acabou? - Eu ainda não tinha a certeza de que ele já terminara, mas ela acenou afirmativamente com a cabeça.

Abracei-a. Não disse mais nada e apenas abracei-a, recebendo um abraço dela de volta. Ainda estava um pouco ''aterrorizada'' e ofegante, mas sentia-me, de certa forma, contente por ela estar ali, estava feliz por aquilo ter sido só um pesadelo. Sentia-me como uma criança de cinco anos abraçada à mãe após ter sonhado com monstros, mas não me importava.

Largamos o abraço e a Lucy olhou-me nos olhos.

– Estás bem? – perguntou.

Eu acenei afirmativamente com a cabeça. – Fiz muito barulho?

Ela deu uma pequena gargalhada. – Não muito, eu ouvi porque estava no quarto ao lado, mas mais ninguém acordou. – Ela fez uma pausa antes de continuar. – Queres me contar com que é que sonhaste?

Jessica J.Onde histórias criam vida. Descubra agora