Capítulo 8

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- O quê? - Disseram todos, ainda não acreditando.

- É isso mesmo que ouviram: a Jess podia ter morrido se essa substância se alastrasse mais no sangue dela e chegasse ao coração. - Especificou o meu tio.

- Mas... - Consegui dizer depois do choque. - Como é que essa substância entrou no meu corpo?

- Pois...isso é o mais estranho... - Mais estranho do que isto? O que é que vem aí!? - ... alguma coisa que comeste ou bebeste continha essa substância. É uma substância desconhecida por nós, mas tudo indica que seja muito perigosa...de qualquer das formas quando o resultado dos testes estiverem prontos eu aviso-te.

Eu assenti com a cabeça, ainda assustada. Era demasiada informação de uma vez só e eu tinha de a digerir sossegada, então decidi subir para o meu quarto, obtendo como resposta da minha tia ''- Vai lá querida, vai descansar.''.

Fechei a porta atrás de mim e suspirei. Ainda não acredito no que me aconteceu, o que é que eu comi ou bebi que tinha aquilo? E, o mais importante, como é que aquilo foi lá parar? Ouvi o meu telemóvel a tocar e despertei. Era a Annie e eu atendi:

- Estou.

- Jess! Então? O Tom disse que tinhas ido para o hospital...

- Sim...

- Estás bem?

- Sim, estou viva. Foi só um desmaio.

- Mas...quais foram as causas do desmaio?

- Eu amanhã conto-te tudo... Avisa os outros que estou bem, por favor.

- Sim, eu digo. Mas amanhã já vens à escola?

- Claro, eu estou ótima.

- Está bem, falamos amanhã então. Beijinhos e descansa, amiga.

- Beijinhos Annie, obrigada pela preocupação.

Desliguei o telemóvel e sentei-me na cama. Não sei se devo dizer à Annie o que o meu tio contou, mas amanhã logo vejo se o faço. Ia começar a vestir o pijama quando o meu telemóvel tocou novamente. Era a minha mãe, a minha tia já tinha avisado os meus pais do meu desmaio e de certeza que eles estavam super preocupados. Atendi e acalmei-os. Falei com eles uns 10 minutos e, depois de desligar, vesti o meu pijama, tomei o comprimido que o tio Arthur me tinha dado para as dores de cabeça e deitei-me na cama, adormecendo de imediato.

***

- Bom dia, tia. - Digo com um sorriso quando eu chego à cozinha, com a farda da escola vestida, para tomar o pequeno almoço.

- O que estás a fazer? - A tia Susie pergunta boquiaberta.

- Então, eu vou tomar o pequeno almoço para ir para a escola. - Digo como se fosse obvio, enquanto coloco a mochila no chão e sento-me na cadeira, deitando leite na tigela a minha frente.

A minha tia arregala os olhos como se o que eu disse fosse a coisa mais absurda do mundo. - O quê?

Eu paro de deitar os cereais por cima do leite e levanto os olhos, olhando para ela. - Qual é o mal, tia?

- Jess, querida, tu não podes ir já para a escola. - Ela diz e eu reviro os olhos. - Saíste ontem do hospital, pelo menos hoje tens de ficar em casa.

- Oh tia, eu estou ótima, não tenho dores nenhumas. - Riposto. - Além disso eu não vou ficar a fazer nada em casa e já perdi muitas aulas ontem e não posso perder nem mais uma.

- Jessica... - Ela começa, mas eu interrompo.

- Vá lá tia, eu prometo que tenho cuidado, mas por favor deixa-me ir para o colégio. - Eu peço e a tia Susie suspira.

Jessica J.Onde histórias criam vida. Descubra agora