Capítulo 32

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- Como te sentes? - pergunto, entrelaçando os meus dedos na mão do Jamie.

- Só tenho algumas dores, mas nada de mais. - ele diz.

- Eu ainda não percebi uma coisa. - eu digo-lhe, sem desentrelaçar as nossas mãos. - Como é que sabias onde eu estava? Como é que sequer sabias que me tinha acontecido algo?

Ele sorri. - Lembras-te de me teres pedido para segurar no teu telemóvel? - ele pergunta e eu assinto. - Acontece que te esqueceste de mo pedir de volta e eu também não me lembrei de to dar. Então, quando me lembrei que o tinha, voltei para trás e vi o Dylan meter-te dentro do carro.

- E como é que fizeste para seguir o carro? - questiono, já que a pé não acredito que o Jamie fosse longe.

- Apanhei um táxi que passou logo a seguir, foi uma sorte mesmo. - ele diz e eu fico esclarecida e ao mesmo tempo agradecida por aquele táxi ter passado precisamente naquele momento. - Depois liguei à polícia pelo caminho e o resto tu já sabes.

- Nem sei como te agradecer. - sussurro.

- O facto de estares aqui comigo já faz valer a pena ter levado com a faca. - ele dá um pequena gargalhada.

Inclinei-me para o beijar nos lábios.

- Pega no teu telemóvel antes que te esqueças dele de novo. - ele ri. - Está na mochila.

- Ainda bem que o esqueci. - digo, tentando sorrir com a situação, apesar de ser difícil.

Caminho até à mochila do Jamie e pego no meu telemóvel. Desbloqueio-o e deparo-me com umas quantas chamadas dos meus pais, percebo porquê.

- Achas que ainda vais ter de ir embora? - o Jamie pergunta, o que me faz desviar o olhar do telemóvel. - Quer dizer, o Dylan já não é um problema, já está tudo resolvido agora.

Viajo na minha mente até à conversa que tive com o Dylan. Ele não era quem me estava a ameaçar, mas é precisamente isso que eu não vou contar aos meus pais. Eu não quero de todo estar a mentir-lhes, mas eles já sofreram tanto com esta situação que a última coisa que falta é dizer-lhes que o Dylan não é o único que me quer mal. Talvez conte ao Jamie, mais tarde, a verdade, mas a não ser que queira ir para Sidney hoje, os meus pais e os meus tios vão ter de acreditar que está tudo bem agora.

- Não sei. - acabo por dizer. - Mas espero que não.

***

Esta está a ser a sexta-feira mais longa da minha vida. Voltei para casa, cerca de 1 hora depois de ter entrado no quarto do Jamie. Ele vai ficar lá esta noite, em observações, mas estou bastante aliviada por ele estar bem. Ainda sinto o batimento cardíaco em diversas partes do meu corpo. Assim que entro em casa, deparo-me com duas malas, dos meus pais, junto ao sofá da sala de estar. Vi o Ben e o Bruce a jogar na ps4 e presumo que a Lucy esteja a tomar banho, já que consigo ouvir a água do duche a escorrer.

- Porque demoraram tanto? - o Bruce pergunta, colocando o jogo em pausa. - Olá tios!

O Bruce e o Ben levantam-se para cumprimentar os meus pais. Dão um beijo também à minha tia e a mim.

- Andaste à porrada? - o Ben pergunta-me, dando uma gargalhada.

- Não, Ben. - digo-lhe, fazendo-lhe uma festa no cabelo.

- Quem te bateu? - o Bruce pergunta, mais preocupado.

Não sei o que lhe responder, não sei como lhes contar.

- A Jess tem de descansar, está bem, queridos? - a minha tia salva-me.

- Mas o que se passou? - o Bruce insiste, com preocupação.

Jessica J.Onde histórias criam vida. Descubra agora