Capítulo 30

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- Não. - disse firmemente, ao mesmo tempo que abano com a cabeça negativamente. - Por favor, peço-vos por tudo, não me façam isso...

- Jess, tenta entender o nosso lado. Como é óbvio nós só queremos o melhor para ti e se isso implica deixares o colégio, então é isso mesmo que terá de acontecer. - a minha mãe fala.

- Eu sei que vocês só querem o meu bem, mas não podem fazer isso, por favor... - imploro. - Os tios estão a fazer um ótimo trabalho ao cuidarem de mim, eu estou segura aqui com eles. Por favor, não me façam largar tudo o que eu já construí desde que vim para cá...

Os meus pais entreolham-se e eu aguardo a sua resposta com um olhar desesperado.

- Querida, nós estávamos a pensar em fazer um investimento aqui em Sidney. - o meu pai fala. - Pensamos que podíamos instalar-nos por cá. Há ótimos colégios aqui e podes sempre fazer amigos novos, sem estares preocupada com o Dylan...

Levei as mãos à cara, não estou a acreditar nisto.

- Mas eu não quero sair daqui... - tento de novo. - Eu tenho os meus amigos, tenho os tios, os primos...tenho o Jamie.

Eu não consigo nem imaginar-me longe do Jamie, ele tornou-se demasiado importante para mim. E os meus pais sabem disso, eles conheceram-no nas férias de Natal e, apesar de no início não gostarem da ideia de eu ter um namorado devido a tudo o que aconteceu, eles apoiaram. E agora estão a fazer isto...

- Nós percebemos isso tudo, mas... - a minha mãe começa mas eu interrompo.

- Então se entendem, por favor, não me obriguem a ir para Sidney, não me obriguem a afastar-me do que me faz feliz neste momento. - Os meus olhos imploravam por uma cedência dos meus pais. - Dai-me algum tempo para resolver isto, eu resolvo isto.

O olhar dos meus pais demonstra a tristeza que eles estão a sentir por me colocar nesta situação. Eu percebo o lado deles, eu sei que eles só querem o meu bem, mas eles precisam de perceber o meu também, eu não posso ir embora.

- Desculpa filha... - o meu pai fala e tenho a certeza que todo o meu corpo está prestes a perder as forças. - Mas a tua segurança está em primeiro lugar.

***

Ainda não consigo interiorizar o que vai acontecer daqui a poucos dias. Há quase dez minutos que desliguei a chamada com os meus pais e desde então permaneço imóvel sobre a cama, ainda não tive coragem de descer e contar à Mackenzie. Isto não pode estar a acontecer... Apetece-me transformar a minha angústia em lágrimas, mas isso é algo que não vai acontecer. Preciso de me levantar e tentar até ao último segundo que os meus pais mudem de ideias.

Desço as escadas lentamente até à sala de estar, onde a Mack estava sentada no sofá a ver TV. Assim que nota na minha presença, vira-se para mim.

- Então? - ela pergunta, nota-se que está ansiosa, mal ela sabe o que vem aí...

Engoli em seco e sentei-me no sofá, ao pé dela. Abracei-a. Ela abraçou-me de volta e tenho a certeza que estranhou o meu gesto.

 Ela abraçou-me de volta e tenho a certeza que estranhou o meu gesto

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Jessica J.Onde histórias criam vida. Descubra agora