Meia hora depois eu já estava dentro da carruagem junto com um Déniel todo sorridente.
- Porque está tão feliz? - Eu disse me virando para ele.
- Tenho meus motivos. - Ele disse dando de ombros.
- Hum.O silêncio tomou conta do ambiente de novo, olhei pela janela e parecia que iria chover. Déniel se aproximou mais e nossas mãos se tocaram, me afastei rapidamente.
- O que foi? Fiz algo errado.
- Não.
- Porque está assim?
- Assim como? - Perguntei mesmo sabendo do que se tratava.
- Desde aquela hora que você me viu falando com a Linda você ficou assim, calada.
- Eu só estou pensando.
- Não ficou chateada?
- Porque? Você é solteiro agora, não me deve explicações.
- Aquilo que você me disse aquela hora, sobre saber o que é passar por aquilo, você estava falando sobre nós?
- Não eu estava falando sobre mim, você não passou por aquilo, eu passei, você? Você só continuou sua vida normalmente. - Eu disse apontando para ele e elevando o meu tom de voz.
- Eu sinto muito. - Ele disse em um sussurro.
- Não, não sente. Se sentisse não teria feito aquilo.
- Olha me desculpe por ter feito tudo aquilo com você, eu era novo, não sabia o que estava fazendo.
- Tudo bem Déniel, a gente não deu certo, mas nós tivemos nossos momentos felizes, gostei de passar todo aquele tempo com você, certo que nem todas as lembranças são boas, mas tudo bem, não precisamos ficar relembrando dessa história toda hora.
- Deveria haver estrelas para grandes guerras como a nossa.Sorri, ele me abraçou e me deu um beijo na testa.
- Me perdoa? Poderíamos nos dar uma segunda chance.
- É quem sabe.Dei de ombros. E encostei minha cabeça na janela, já deveríamos estar chegando, eu queria sair logo dali, não queria ficar mais com Déniel, sabia que sair com ele não iria dar certo, ele adorava relembrar o que tinha acontecido com a gente, o quanto eu tinha saído machucada de toda aquela história, mas ele nunca tinha me pedido perdão, nunca tinha pedido para nos dar uma segunda chance, talvez ele tenha mudado, ou talvez eu continue sendo a garotinha que acredita que ele mudou e realmente quer algo com ela, é talvez eu seja essa garotinha.
Eu abri a boca para falar quando a carruagem parou bruscamente.
- O que aconteceu Brenno? - Perguntou Déniel.
- Nada. - O cocheiro disse descendo da carruagem, ele foi abrir minha porta, mas Déniel foi mais rápido.- Pode deixar Brenno, eu cuido da moça aqui. - Ele disse apontando para mim.
- Então tá.- Ele disse sorrindo.- Obrigada. - Eu disse descendo da carruagem.
- Não há de que princesa Maira. Para onde vamos agora?
- Eu vou em algumas lojas, agora você eu não sei, talvez atrás de algumas meninas?
- Ei, eu já disse, eu estou tentando mudar, e o seu pai mandou eu ficar com você.
- Vamos fazer assim, você me deixa em paz, você faz o que quiser e aí a gente se encontra daqui a duas horas ali na frente da carruagem e vamos embora, depois você fala pro meu pai que ficou o tempo todo comigo, pode ser?
- Não, não pode. Se eu disse que ia vim pra cuidar de você eu vou ficar com você, e ponto final.Revirei os olhos e saí, ele veio logo atrás, passei em algumas lojas, comprei alguns vestidos e mais alguns livros.
- Eu não entendo, tem uma biblioteca enorme no castelo e você ainda gasta dinheiro com mais livros?
-Eu já li praticamente todos aqueles livros, e eu gosto de ler, faz bem sabia?
- Você já não tem esse livro? -Ele disse pegando um dos livro da minha mão.- Pensei que era só a Laila que gostava de ler.
- Eu também gosto.
- Nunca notei.
- Você nunca nota em mim, não saberia mesmo.
- Eu noto muito mais do que você imagina. - Ele sorriu e eu tirei o livro da mão dele, saí da livraria e comecei a andar pela cidade, dez minutos depois começou a garoar, e eu e Déniel corremos até a carruagem, mais o vestido e o tanto de sacolas que eu carregava não ajudava em nada, quando conseguimos chegar na carruagem a chuva já estava se tornando um temporal. Brenno disse que não teria como a gente ir embora, só de manhã depois da chuva, ele disse para Déniel procurar um lugar para podermos passar à noite e foi isso que fizemos, Déniel tem uma tia que mora na cidade, ficamos uns vinte minutos procurando a casa e a chuva não ajudava em nada, Déniel bateu na porta e uma mulher de uns quarenta e poucos anos abriu, assim que ela nos viu abriu um largo sorriso.- Déniel, Princesa Maira. - Ela fez uma reverência.
- Tia por favor deixe os cordialidades para depois, está frio aqui fora, queremos entrar.
- Oh, me perdoem. Entrem, entrem.Entramos e ela fechou a porta atrás de nós, o lugar estava aquecido, mas nem isso ajudou muito, eu estava tremendo de frio e toda ensopada.
- Vou pegar umas roupas lá em cima pra vocês. Déniel sirva um chá para a princesa.
- Só Maira por favor. - Eu disse tremendo
- Tudo bem, só Maira. - Ela disse com um sorriso.Ela saiu e eu fiquei com Déniel, ele tirou a blusa e a calça jeans e foi para a cozinha.
- Você vai ficar assim na minha frente? - Ele deu de ombros e foi para à cozinha.
- Se eu fosse você tiraria esse vestido, vai acabar ficando doente.
- Não, não na sua frente. - Ele riu e eu me encostei no batente da porta.A tia de Déniel desceu as escadas com umas toalhas e roupas.
- Déniel está de cueca na frente da princesa? - Ela disse com um tom de indignação na voz.
Ele deu de ombros.
- Princesa eu vou ter que sair, infelizmente eu vou ter que ir trabalhar, você pode ficar com Déniel e sinta - se à vontade, claro que aqui não é tão confortável quanto o castelo mas pode se sentir em casa.
- Não, que isso. Muito obrigada, senhora?
- Bettany. E não me chame de senhora.
- Bettany, muito obrigada.
- Não há de que.Ela saiu apressada e fechou à porta, Déniel me encarou por uns segundos e abriu um sorriso.
- Agora pode tirar o vestido, estamos à sós, não precisa ficar envergonhada. Agora a casa é nossa.
Ele disse sorrindo e abriu os braços.
- Saí Déniel, eu vou trocar de roupa no banheiro. - Ele riu.
- Tudo bem.Eu comecei à subir as escadas e ele caiu na gargalhada no andar de baixo.
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A foto acima é Maira.
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Entre Batalhas
DiversosMaira está no meio de uma guerra. Não só no seu reino, mas também de uma guerra interna. Está sendo obrigada à se casar. À ir morar com seu noivo. Não poderá lutar para ajudar seu reino. Ela se acha responsável pelas mortes que acontecerá, ela queri...