Capítulo IV

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Estava cansada de ficar naquele castelo então fui até o escritório do meu pai para avisar que iria até a cidade. Bati na porta e entrei.

- O que foi minha filha? - Ele disse sem parar de ler aqueles malditos papéis.
- Eu estou indo até a cidade.
- Fazer o que?
- Dar uma volta. - Disse dando de ombros.
- O castelo tem jardins enormes, porque não dá uma volta neles? - Revirei os olhos, meu pai sempre tinha uma solução para tudo.

- Eu não quero ficar nos jardins do castelo, eu passo a semana trancada aqui, não tenho o direito de sair?
- Não vejo o problema de ficar aqui dentro. Eu tenho certeza que todas as garotas do reino daria tudo para poder ficar a semana trancada aqui.
--Acontece papai que eu não sou todo mundo. E eu não quero discutir, posso ir ou não?
- Você tem a mesma personalidade que sua mãe.
- Vou levar isso como um elogio. Então tem como me responder?
- Tudo bem Maira, pode ir, só que o Déniel vai te acompanhar.
- Porque? Não preciso de babá, já sei me cuidar sozinha.
- Não quero saber se você já sabe se cuidar sozinha Maira, você sabe como é lá fora, a rebelião está ficando fora do controle, estamos correndo risco de viver uma batalha que esse reino nunca viu.
- Sim, eu sei, mas as pessoas não vão sair me atacando assim, como eu disse, eu sei me cuidar sozinha, anos de aula deve ter me ensinado alguma coisa.
- Maira sem discussão, você só sai desse castelo com o Déniel e ponto final.

Revirei os olhos.

- Tudo bem, onde ele está?
- Deve estar na cozinha.
- Obrigado.

Sai do escritório com raiva, e fui até a cozinha procurar Déniel, a cozinha era o lugar mais quente de todo o castelo, com um aroma de tempero por toda à parte, os nossos cozinheiros eram metade humano e metade fada, esses seres tinham uma beleza quase que sobrenatural como a das fadas, mas não tinham os mesmos dons que elas, eram como meros mortais, e claro que Déniel estava conversando com uma linda garota no canto da cozinha.

- Déniel?

A garota me olhou assustada, não era muito comum que nós viéssemos até a cozinha, enquanto isso Déniel abria aquele sorrisinho irônico que só ele conseguia, a garota fez uma reverência desajeitada.

- Princesa Maira, a-ceita algo?- Ela disse com a voz falhando.

- Não obrigado, qual o seu nome?
- Linda. - Ela disse com um leve sorriso.
- Obrigado Linda, o seu nome diz jus à você.
- À nossa, que isso, a senhora é que é linda princesa Maira. - Ela disse ficando vermelha.

- Não me chame de senhora, não sou tão velha assim. - Disse sorrindo.
- Ah, me desculpe, Princesa Maira.
- Não precisa se desculpar Linda, agora me dê licença que eu preciso falar com o Déniel. - Eu disse apontando para ele.
- Oh claro. - Ela deu uma última reverência e eu saí com Déniel.

- Qual a sua com essa Linda?
- Ciúmes Maira? Pensei que a gente não tinha mais nada. - Ele disse abrindo um sorriso.
- E não temos.
- Então porque quer saber?
- Nada, só curiosidade. Não posso? Pensei que ainda éramos amigos. - Eu disse arqueando uma das sobrancelhas.
- Claro que pode. Eu estou à fim dela, mas ela acha que eu não quero nada com ela.
- Ela tem razão não é?
- Claro que eu quero, só que o que ela quer e o que eu quero são coisas totalmente diferentes. - Ele disse rindo.
- Você só quer uma noite com ela e depois cada um para o seu lado e ela quer se casar, ter filhos, uma família. Certa?
- Certa. Essas garotas são lindas, mas só querem um garoto para casar, tem algumas que nunca namoraram acredita? Linda é uma delas. - Ele disse indignado.
- O que é que tem nunca ter namorado? Eu não vejo nada de mal nisso. Pobre Linda.
- Pobre linda não, ela tem muita sorte de poder ficar comigo, não acha?
- Déniel essas garotas só querem um namorado decente, que possam se casar e ter filhos, você não pode ir lá e destruir os sonhos delas, elas vão achar que todos os outros garotos são assim.
- Porque você acha isso?
- Porque eu já passei por isso. - Eu disse fitando meus sapatos.
- Está falando de mim?

Dei de ombros.

- Não vim aqui para falar disso, papai mandou você me acompanhar até a cidade.

Ele abriu um sorriso enorme.

- Claro, será um prazer.
- Arrume a carruagem quero voltar ainda hoje.
- Porque não dorme na cidade? - Ele disse sorrindo.

- Porque eu não quero. Vai logo, quero sair daqui vinte minutos.

Déniel sorriu e beijou minha bochecha, saiu pelo corredor assobiando e eu fiquei olhando ele com um sorriso bobo brotando em meus lábios.

*****

A foto acima é de Déniel.
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Entre BatalhasWhere stories live. Discover now