Capítulo 7 - Fragilidades

1.3K 109 7
                                    

Parei a uma distância, que julguei fosse segura, não queria arriscar ser indevidamente atraída por seu magnetismo.

– Oi Paul, que bom encontrá-lo aqui. Eu estava mesmo precisando falar com você – falei tentando ser a mais simpática e imparcial possível.

Ele ergueu uma sobrancelha, ainda escorado na entrada da gruta sem se mover, tentando decifrar minhas palavras antes de dignar-se a responder.

– É mesmo? E sobre o quê exatamente você quer conversar comigo, Leah? – seu olhar e sua atitude não me ajudavam em nada.

Era estranho como agora meu corpo reagia com arrepios, cada vez que ele pronunciava meu nome. Afastei rápida, aquele pensamento de mim, aquilo tinha que acabar agora mesmo.

– Quero falar sobre nós... - respondi séria – sobre o que aconteceu na outra noite. Aquilo foi um erro. Não podemos deixar que isso abale nossa amizade e muito menos que venha a intervir em nosso trabalho. - respirei fundo e continuei corajosamente – Já é bem difícil, para mim pelo menos, ter que manter meus pensamentos normais sobre controle, para que não me sinta invadida em minha privacidade pelo restante do bando. Imagino que você também não queira dividir com eles as lembranças de nossa "pequena aventura", então vamos procurar apenas deixar pra lá ok? Vamos nos concentrar em nosso trabalho e retomarmos, na medida do possível, nossa amizade de antes, tudo bem? – fiquei olhando firme para ele esperando uma resposta.

– Concordo com você, no que diz respeito ao bando e ao nosso trabalho – disse reticente – Mas sobre o que aconteceu entre nós é outra história – concluiu enigmático.

– O que você quer dizer com isso? – perguntei irritada.

– Estou dizendo que não concordo, quando você se refere ao que tivemos como uma"pequena aventura"... Você já é bem grandinha e sabe melhor do que eu que aquilo acabaria acontecendo mais cedo ou mais tarde. Não se iluda Leah, achando que pode saber o que sinto por você. Acho que na verdade você não tem idéia nem sobre o que você sente por mim! – ele enfatizou cada palavra que disse.

Estreitei meus olhos rancorosos, pensando "Petulante!"

– Eu não sabia que nutria algum outro sentimento por você além de raiva e indiferença – respondi entre os dentes – Talvez devesse me esclarecer sobre eles Paul, você parece saber melhor do que eu o que sinto- minha voz carregada de cinismo.

Nem a chuva, que começava a cair com força, seria capaz de aplacar a ira que crescia em meu peito com relação aquele garoto.

Mais rápido do que eu podia supor que ele fosse capaz, senti suas mãos agarrando meus braços com força, ele me puxou em sua direção sem nenhuma delicadeza, encarou meus olhos surpresos, os seus estavam cheios de raiva e determinação, antes de responder:

Desejo, Leah!! Você me deseja tanto quanto eu desejo você. Eu sei que você gostou de estar comigo, vi isso em seus olhos naquela noite, e no dia seguinte quando estávamos na reunião da clareira, e ainda posso ver esse mesmo sentimento vibrando em você nesse exato momento - seus olhos brilhavam intensamente.

Vasculhei minha mente atrás de argumentos para rebater suas palavras insanas, mas para meu total desespero não encontrei nenhum. Apesar da chuva fria, eu podia sentir nitidamente o calor e a eletricidade que pairava entre nós.

Como que para provar que tinha razão sobre o que disse, Paul colou seus lábios aos meus com violência, como se me desafiasse a desmenti-lo. Com uma das mãos ele segurava minha nuca com firmeza enquanto descia a outra para agarra minha cintura, puxando meu corpo para mais perto do dele.

She WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora