Capítulo 14 - Surpreendidos

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Para chegarmos logo ao hotel resolvemos cortar caminho pelo Parque. Paul segurava minha mão displicentemente, quem nos visse acharia que éramos um casal de namorados, essa idéia mexeu um pouco comigo, mas decidi deixar pra lá, afinal não estávamos em nossa cidade, onde os olhares reprovadores poderiam nos alcançar.

Íamos alegres e descontraídos, relembrando as últimas horas vividas ali no parque, falando dos lances engraçados da partida de futebol. Os amigos dele eram muito divertidos, com exceção de Jane que além da antipatia gratuita agora nutria uma raiva mortal por eu ter ganhado o jogo. Dei de ombros, ela não era importante para mim, em contra partida havia Paul... Ele estava feliz como uma criança. Ria solto, divertindo-se a valer com minhas observações ácidas sobre sua "amiguinha". Permiti-me ser feliz também com e por ele.

Chegamos ao meio do Parque quando ele me lançou um desafio.

– E aí, garota lobo, topa uma corrida pra ver quem chega primeiro ao fim do Parque? – disse brincalhão.

– Só se você prometer que não vai ficar chateado quando eu ganhar! – disse-lhe séria, mas rindo em seguida.

– Háhá. Essa eu quero ver! Nada de trapaças mocinha, é jogo limpo, Homem á Homem – disse num tom superior – Ou melhor dizendo, Homem X Garota! – corrigiu-se, fazendo questão de frisar a última palavra com o rosto bem próximo ao meu, instigando-me.

– Quando eu vencer você terá que me carregar nas costas até o hotel, como recompensa – eu disse zombando.

– Quando eu vencer, bem... Pensarei numa forma de você me recompensar regiamente – ele disse me olhando malicioso.

– Você está pronto!? – olhei-o desafiadora.

– No 3 – ficamos em posição de largada – 1... 2...3 – ele gritou disparando em seguida.

Alcancei-o rapidamente e mal tínhamos corridos poucos metros quando ambos estacamos ao mesmo tempo. Nós o sentimos mesmo antes de vê-lo. Nossas narinas queimavam, com o cheiro que ardia no ar, nossos corpos tremeram e o tão conhecido fogo abrasador, que antecedia nossa transformação, correu por nossas costas. Havia um vampiro por perto.

Paul olhou para mim, todos os seus sentidos de Lobo despertos.

– O maldito está pronto para atacar, posso sentir! Você consegue perceber? – ele perguntou enquanto farejava o ar uma vez mais para certificar-se de sua suspeita.

– Sim. O que você sugere? – perguntei concentrada, olhando em volta dei graças a Deus pela hora avançada, o que fazia com que o Parque estivesse praticamente vazio.

– Vamos cercá-lo! – disse, já me puxando para as arvores próximas, despiu-se rápido e esperou que eu fizesse o mesmo, escondemos nossas roupas numa moita, e em questão de segundos assumimos nossas formas de Lobos, passando a planejar o ataque em nossas mentes.

"Você vai pela direita, e cobre a saída do túnel" disse Paul rápido, eu apenas assenti, ele continuou "Não deixe que ele perceba sua presença, deixe-o pensar que estou sozinho, eu o forçarei ir em sua direção, quando ele estiver dentro do túnel nós o pegaremos". Acertado nosso plano, começamos a correr seguindo o cheiro insuportável do Sugador.

Nós o localizamos pouco à frente escondido por trás de uma arvore. Ele esperava paciente por alguma vitima desavisada, fui sorrateiramente posicionar-me no lugar que Paul havia me indicado, de onde eu estava podia vê-lo bem, ele era jovem, supus que não deveria ter mais que 20 anos quando havia sido transformado, seus olhos carmesins estavam agitados, era a sede que o consumia e graças a ela, ele ainda não tinha percebido nossa aproximação.

She WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora