Capítulo 20 - Exorcizando Fantasmas (Parte I)

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À medida que nos aproximávamos da casa de Emily, meus temores aumentavam.

Era fácil dizer que ficaria tudo bem, eu mesma me ouvi repetindo isso em minha mente o tempo todo, mas outra coisa bem diferente era encarar Sam e dizer-lhe "Oi, você parece ótimo! A propósito, estou namorando seu melhor amigo!". Argh! Só de pensar no assunto meu estômago revirava, era um milagre que eu ainda não tivesse colocado pra fora meu café da manhã.

Antes de sairmos da floresta, Paul parou por um instante, e me puxou num abraço apertado.

– Você está comigo? – me questionou ansioso, eu apenas assenti com a cabeça afundada em seu peito – Então ficará tudo bem. Confie em mim – pediu, beijando meus cabelos e soltando-me em seguida.

Saímos de entre as árvores escuras, eu pisquei quando a claridade do dia ofuscou meus olhos. Diante de nós estava a casa da minha prima, o "Ninho de Amor" dela e do meu ex-namorado, não consegui evitar que um tremor de repulsa perpassasse meu corpo quando me vi parada frente á ela.

– Tudo bem? - Paul inquiriu, tocando meu ombro e me olhando inquisitivo.

– Estou ótima – menti, procurando me recompor.

– Certo – ele disse, mas seus olhos guardavam um pouco de incerteza – Sam? – ele chamou, parado ao meu lado, apoiando o quadril no carro de Sam que estava estacionado em frente à casa.

Sem precisar de um segundo chamado, eis que surge na soleira da porta Sam, seguido de perto por Emily, com sorrisos de boas-vindas enfeitando seus rostos.

Tão logo notaram minha presença junto a Paul, suas feições mudaram, ele me parecia tenso e curioso, ela parecia... Deslocada.

Fiquei contente em saber que eu não era a única a me sentir mal com aquela história. A traição parecia afetá-los tanto quanto a mim.

– Bem vindo de volta irmão! – Sam exclamou sincero, vindo abraçar o amigo.

– Também senti sua falta! – Paul afirmou, sem nenhum constrangimento em demonstrar sua afeição pelo amigo – Como vai, Emily? – ele virou-se para sorrir para ela que havia ficado parada á porta, nos observando, eu a encarava de voltava.

– Estou bem, Lobo Mal – ela cumprimentou-o sorrindo com sua face tristemente desfigurada – Vamos, entrem, venham tomar um café conosco – convidou-nos, olhando para mim significantemente.

– Isso, vamos entrar – incentivou Sam – Como você está, Leah? Fez boa viagem? – ele completou, olhando-me atentamente, esperando que eu me decidisse.

– Fiz sim, obrigada por perguntar – respondi encarando-o pela primeira vez – Precisamos conversar com você em particular, pode ser? – pedi resoluta, sem sair do lugar.

Seu olhar de curiosidade e surpresa corria entre eu e Paul. Ele desviou seu olhar para a noiva que aguardava pacientemente por nós.

– Voltarei logo – ele lhe disse, já tomando o rumo da floresta atrás de nós.

Paul o seguiu imediatamente, eu olhei-a ainda uma última vez, meneei minha cabeça e lancei-lhe um sorriso apaziguador. Não queria que ela pensasse que as coisas não iam bem para mim, uma coisa era receber olhares piedosos das pessoas da Reserva, outra bem diferente era ser alvo da piedade da mulher que havia tirado de mim o homem que eu amava.

Fui atrás deles, alcançando-os na clareira, Sam sentou-se num tronco caído, e esperou que nos aproximássemos.

– Então, o que os aflige meus amigos? – pediu sério.

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