Duas semanas depois daquele sábado bizarro por que passamos, estávamos voltando da nossa ronda habitual, quando chegando perto da minha casa, ele segurou meu braço e virou-se de frente para mim.
– Acho que está na hora de você pagar a recompensa que me deve. Afinal eu tenho cumprido muito bem minha parte no trato – ele disse, antes de prosseguir num tom enigmático – E já sei até o que quero em troca.
Ergui minhas sobrancelhas interrogativamente.
– No que exatamente você está pensando? – perguntei curiosa.
Um sorriso lindo tomou seu rosto de ponta a ponta.
– Quero que você venha a Seattle comigo. Estou indo visitar Sara, no próximo fim de semana e, gostaria muito que você viesse também. – pediu-me fazendo uma carinha fofa de cachorro abandonado.
Pensei naquilo com cuidado, eu tinha sido amiga de Sara no colegial antes de ela casar-se e mudar-se com seu marido. Na verdade eu também conhecia e gostava muito de John, achava que visitá-los não seria nada de mais, mas daí a aparecer na porta dela com seu irmão caçula a tiracolo era outra história.
Olhei desconfortável para ele antes de dizer:
– Não sei se isso é uma boa idéia. O que ela ai pensar? E depois temos nossos compromissos aqui com a matilha – ponderei.
– Ah, qual é Leah? Não precisamos dar explicações de nossas vidas a Sara. E quanto ao bando, eles podem se virar sem nós por um fim de semana – disse-me, não aceitando minha desculpa para não ir.
– Prometo que pensarei em seu convite O.K? – disse apaziguadora – Te dou uma resposta depois.
Ele aceitou isso, segurou meu rosto entre suas mãos quentes, fazendo carinho em minhas bochechas com os polegares.
– Combinado. Mas pense com carinho está bem? – falou sério – Prometo que você irá divertir-se muito por lá – concluiu sorrindo, depois beijo meus lábios.
Despedimos-nos e ele se foi, deixando-me com aquele abacaxi nas mãos. Droga!
Passei o resto da noite e o dia seguinte, me perguntando se devia ou não aceitar o convite dele. Era tentadora a idéia de passar um fim de semana inteiro com ele longe de La Push. Mas também havia toda a questão de estarmos sozinhos em uma cidade onde não conhecíamos praticamente ninguém e vice-versa, o que nos faria ficar mais á vontade e conseqüentemente mais ligados um no outro. Até que ponto essa proximidade toda seria benéfica ou não? Eu não queria pensar sobre isso. Seria pedir muito de mim. Deixei isso de lado, e fui levando ele em banho-maria durante os dias que se seguiram.
Quem acabou decidindo o impasse foi meu chefe. Eu trabalhava como estagiária meio expediente em um escritório de Advocacia em Port Angeles, e meu chefe confiava muito em meu trabalho, no final da tarde de quinta-feira, ele me chamou até sua sala. Sentei-me diante da mesa dele esperando que ele falasse.
– Leah, eu sei que isso não é sua função – começou a dizer parecendo constrangido – Mas é que preciso que nossa Matriz em Seattle receba uns documentos confidencias com a máxima urgência até o próximo sábado. Eu não posso sair de Port Angeles agora, por que estou envolvido naquele julgamento complicado que você sabe. Então estou apelando para a sua bondade e profissionalismo para fazer-me esse favor. – esclareceu ele – você poderia fazer isso por mim? A firma arcará com todas as suas despesas, lógico. O que me diz? – perguntou-me ansioso.
Diante de seu apelo eu não tive como me recusar á ir, e desse jeito eu não deixaria apenas ele feliz... Eu bem conhecia outra pessoa que ficaria radiante com essa noticia.

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She Wolf
FanfictionComo se não bastasse um coração partido, após o término de seu namoro com Sam Uley, Leah agora terá que lidar com algo muito mais difícil. De repente ela se vê envolvida em uma batalha que não é sua, rodeada de segredos e dor. Ela terá que ser fort...