Capítulo 31 - Tornando pior, o que já estava ruim

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Se no início eu julgava que seria difícil conviver com Paul, agora eu tinha certeza que era impossível viver sem ele.

Depois de nosso breve encontro pela manhã ele me evitou o resto do dia, e tenho que confessar que não me esforcei muito para mudar a situação, simplesmente por que eu achava que se o procurasse e ele insistisse no assunto de me deixar para trás as coisas entre nós ficariam piores.

A verdade é que éramos os dois, cabeças duras demais, cada um defendendo seu ponto de vista, nenhum nem outro daria o braço a torcer, fim de papo.

Passei em sua casa, á caminho da reunião com o bando, só para descobrir que ele já tinha ido sem esperar por mim. Para não perder a viagem aproveitei para ver Benjamim.

– Como estão às coisas, Leah? – Sara sempre perspicaz, avaliava-me atentamente.

– Bem – respondi, forçando um sorriso.

– Você e meu irmão brigaram? – ela insistiu, juntando do chão o chocalho que Ben havia arremessado.

– Não – neguei rápida, mas diante de seu olhar incrédulo recapitulei – Nós só não estamos de acordo sobre certo assunto, então... Mas logo resolveremos isso, não se preocupe – tentei tranqüilizá-la, sem muito sucesso.

– Ouça, Leah, eu sei que não tenho o direito de me meter nos assuntos de vocês – ela começou, e prosseguiu diante do meu silêncio – Mas preciso dizer uma coisa à você como amiga ,não como irmã do seu namorado, você se importa? – seus olhos carinhosos e preocupados fitaram os meus em expectativa.

– Por favor – pedi.

– Eu conheço Paul melhor do que ninguém, e vi o quanto ele amadureceu nos últimos tempos. Não sei como aconteceu, mas talvez o fato de estar com você tenha alguma coisa que ver com isso – ela ajeitou-se melhor no sofá, para acomodar o filho sonolento nos braços – O fato é que ele cresceu, está mais responsável, centrado e, irremediavelmente apaixonado por você. Isso é nítido, então, seja lá o que for que esteja acontecendo nesse momento com vocês, saiba que irá passar, por que ele, apesar do seu temperamento difícil, a ama verdadeiramente, por isso lhe digo, seja paciente com ele, às vezes o amor nos deixa cegos para as coisas óbvias, às vezes transformamos algo mínimo em uma coisa gigantesca, mas é sempre com a intenção de proteger a quem amamos. Pense nisso – ela concluiu fitando-me com intensidade.

Eu suspirei profundamente, absorvendo cada palavra que ela tinha dito; refletindo sobre cada ponto exposto por ela; ponderando tudo.

– Obrigada, Sara – sorri-lhe agradecida – Eu pensarei no que você me disse. Só quero que saiba que também tenho um imenso carinho por seu irmão. Ele é muito importante em minha vida, e me esforçarei ao máximo para ser merecedora do amor dele por mim – conclui séria.

Logo depois, despedi-me dela e segui para a clareira para me reuni aos outros, assim que cheguei varri o lugar com um olhar e encontrei o objeto da minha busca sentado em um tronco, o rosto sério, ouvindo atentamente alguma coisa que Jake falava. Caminhei até eles.

– Oi – cumprimentei-os suave.

– Oi – Paul devolveu meu cumprimento, sem o entusiasmo costumeiro.

Eu meio que vacilei, mas lembrei-me de minha conversa com Sara, e resolvi dar-lhe espaço para extravasar seu ressentimento.

Jacke acenou para mim e saiu discretamente, deixando-nos a sós.

– Passei em sua casa – falei, sentando-me ao seu lado, onde antes Jacob havia estado.

– Eu saí mais cedo, precisa resolver umas coisas antes de vir para cá – ele disse tenso, sem olhar para mim – Desculpe – seu tom baixo estava desprovido de calor, o que me deixava nervosa e irritada.

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