Rosê

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Quando era umas onze horas, que todo mundo já estava atrasado pra aula mesmo, ficamos em casa, fizemos um bolo de cenoura com a minha mãe, e ela não parava de perguntar da Liz, acho que ela estava pensando que se a Liz também morresse eu não ia aguentar a dor, apesar de que o Heitor morreu pra mim, e eu ainda não senti nada por ele.

Aaron disse que se sentia da turma agora, ficou melhor amigo do Theo, pelo menos  substituímos um. Frederico desceu as escadas, olhamos para ele, e estava vestido com o meu moletom:

- Achei lindo o moletom - falei rindo

Ele só sorriu, pegou o bolo e voltou pro quarto, ele sequer olhou pra mim, eu também estava feliz demais pra me preocupar, eu queria me preocupar com um amigo de cada vez, e essa era a vez da Liz.

Quando eu recebi uma ligação:

- Valentina? É a mãe da Eliza, ela recebeu alta e eu e o pai dele saímos de viajem pela manhã, você podia pegar ela no hospital?

- Claro que sim, que bom que ela pegou alta, boa viajem pra vocês!

Eu pedi pra dirigir e os meninos pegaram o bolo pra levar pra Liz, eu não estava com paciência e acabei não chamando o Fred.

Quando chegamos a Liz estava em uma cadeira de rodas lá na frente, o carro do Edu era grande, ela entrou calada, sentou e disse:

- Me conte os babados!

- Primeiro Eliza, como você pode se cortar? Eu sei que doeu, mas a dor é menor do que parece.

- Mas eu queria sentir Clarice, e aliás, cade o Frederico? Não vai me dizer que acabou dando briga a discussão com o Heitor?

- O Frederico ta na minha casa, e o Heitor eu espero que esteja bem longe de mim - falei arrumando o retrovisor

- Valentina, quem é esse novo garoto lindo aqui do meu lado? - ela disse rindo

- É o Aaron, eu consegui substituir o Heitor!

E assim nós chegamos em casa, mais um dia, mais um esquilo.

Cor FavoritaOnde histórias criam vida. Descubra agora