Espuma

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Depois de tomar os remédios, acordei como se tivesse sido atropelada por um carro, várias chamadas perdidas do Theo, ah, não conseguia nem levantar da cama direito quem dera falar. E quando finalmente juntei forças pra levantar, lá estava o Frederico, com uma bandeja de café da manhã, que eu queria muito jogar no chão mas decidi deixar ele explicar:

- Tina...

O interrompi logo no inicio:

- Você perdeu o direito de me chamar assim, pra você é Valentina. - falei olhando pela janela

- Ta bom, eu entendo...Valentina, eu não quis dizer tudo aquilo, meus sentimentos sobre o Heitor estavam a flor da pele, e ver o Aaron e o Theo te disputando estava acabando comigo, eu só precisava de alguém...

- E esse alguém precisava ser o meu namorado? Isso não é desculpa Frederico!

- Eu sei que você tá brava, mas, sua mãe deixou isso pra você, agora adeus, obrigado por tudo.

Ele somente virou as costas e saiu, eu acho que aquilo eram as costas dele, eu não enxergava absolutamente nada, hoje o nível subiu um pouco, preciso ir no médico.

Decidi passar o resto do dia com os meus melhores amigos, ou o que restaram deles, Liz, Heitor, Aaron que tomou o lugar do Frederico, pro bem de todos, e o Theo, e se reparar bem, a Brenda, eu ainda sentia ela ali, sentada do meu lado, com o laço na cabeça, jogando com a gente, ela estava lá. Ah, e o Eduardo, como eu pude esquecer, o amor da minha vida, até ele ter a brilhante ideia de comprar cerveja, eu mandei o resto dos meninos irem como ele, eu precisava conversar com a Liz.

- Liz, você viu tudo que aconteceu ontem, e o Frederico ainda teve a audácia de vir na aqui em casa me trazer café da manhã, dando desculpas de que ele precisava beijar, eu não fiquei com raiva do Theo nem nada, mas, é muita coisa sabe?

Foi tudo o que eu disse antes da Liz me interromper, com um beijo:

- Desculpa Clarice, desculpa, eu só precisava fazer isso!

Foi o que ela me respondeu antes de sair correndo pela porta.

Os meninos voltaram e logo notaram que a Liz não estava mais lá, eu ainda sentada no chão, perplexa, sem piscar. Deixei os meninos beberem e fiquei somente olhando, até o Theo me levar lá pro quintal:

- Você quer ir até o farol comigo? Vamos amor, vai ser legal!

Apesar de ele estar bêbado, o farol era perto da minha casa, somente pedi para irmos andando, ele não me soltou um instante, ele estava sem sapatos, e mesmo com as pedras machucando seus pés ele me segurou no colo pra nós subirmos no farol.

Chegamos lá e eu senti de novo aquela brisa forte da maré, o barulho da água batendo e a marca do mar na areia:

- Valentina Chevalier, eu te amo.

Ele disse chorando, eu não sabia o que fazer, ele me pegou no colo e no momento de descuido...

Cor FavoritaOnde histórias criam vida. Descubra agora