Lilás

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Eu finalmente descobri uma cor, acertei a cor da camisa do nosso time, como se isso estivesse me falando algo, estou com um pressentimento estranho.

Começamos a jogar, pelo menos pegamos um time de novatos e não de veteranos. Foi quando a Liz puxou meu braço e disse:

- O Theo tá na arquibancada, faça o seu melhor Tina!

Eu o procurei na arquibancada, quando eu achei, também como eu poderia não ver o menino mais lindo com o cabelo mais bagunçado da escola toda? Chutes pra lá, chutes pra cá, eu estava realmente me empenhando naquele jogo, foi quando aconteceu...

Estávamos eu, a Brenda e a Liz repassando a bola perto de fazer o gol, quando todas as meninas vieram pra cima da gente, e bum, o pior, em cima da Brenda, que já estava com problema no pulmão, ela estava com uma cor diferente naquele dia. 

Toda a quadra ficou em silêncio, parada, pra olhar todas as meninas uma encima da outra, mas pararam mesmo foi por ouvir o grito de dor da Brenda, quando nós a achamos, ela não conseguia se levantar, peito e a barriga dela estavam roxos e inchados, ela não conseguia falar, quando as meninas a carregaram lá pra fora, onde já tinha a ambulância da faculdade, eu também tinha me machucado então não deu pra ajudar.

Foi quando eu olhei pra arquibancada, cade o meu namorado? Ele não estava lá, quando eu olhei o celular tinha uma mensagem:

- Tive que sair amor, beijo.

Emoticons de coração não vão me comprar Senhor Volkmer, mas que raiva, eu precisava dele. Eu perguntei pra Liz, onde estava a Brenda, e ela só disse que a ambulância levou ela pro hospital, mas pra qual? O celular da Brenda ficou com a gente, as meninas falaram que ela deu o número da mãe dela, já devem ter ligado, mas mesmo assim eu ia passar o resto da noite preocupada. Foi quando o Theo me ligou:

- Você podia dar uma passada no farol?

Pedi pra minha mãe me levar, e quando cheguei, lá estava um piquenique lindo a beira do mar, eu acho, ele colocou várias lanternas e luminárias pra eu poder ver alguma coisa, foi a terceira noite mais perfeita da minha vida, a segunda foi a noite no meu quarto, e a primeira eu conto outro dia.

- O banquete para ganhadora, que mesmo sem ganhar o jogo já ganhou meu coração, não é isso que importa? - ele falou me beijando

Depois eu contei a história do acidente, ele ficou preocupado, e me pediu pra avisar qualquer coisa. Estava ficando tarde e eu realmente precisava ir pra casa, ele disse tudo bem e me deixou em casa, quando eu desci ele falou:

- Continue assim!

Mas assim como? E o Theo quase me fez esquecer da Brenda.

Eu estava indo dormir quando recebi uma ligação, e foi só aquela hora da noite que eu soube, a Brenda não tinha ficado bem, a voz da mãe dela me dizia algo estranho, eu fiquei com uma dor aguda no peito, e ela me falou um endereço que eu não conhecia,  eu anotei em um dos papeis preteados, e depois uma vozinha fina, quase sussurrando disse:

- Valentina...você...você pode vir aqui?

Cor FavoritaOnde histórias criam vida. Descubra agora