Amarelo

333 36 2
                                    

Eu não sabia o que fazer e acabei dormindo com o Heitor, mas só dormindo mesmo, eu não seria capaz de furar o olho do Frederico. Eu acordei e vi o Heitor com o cabelo bagunçado e o velho moletom, e no celular dele mais ou menos 200 mensagens do Frederico perguntando onde ele estava, é, foi longe demais.
A gente desceu pra comer e lá estava, outro pedaço de bolo de cenoura com um bilhete:


"Bom dia, sua mãe saiu mais cedo, como você não comeu o de ontem coma esse, e outra coisa, cuidado com o degrau A.L"


Como ele faria isso aquela hora da manhã? Até o Heitor estava com medo, eu cheguei ao ponto de ir ligar pra polícia mas as meninas me acalmaram, aquela pessoa tinha até acesso a minha casa, hoje vou tirar satisfações com o Theodoro.
Eu gritei bom dia com o Eduardo quando eu cheguei, metade da escola olhou pra mim, e ele só me pediu pra entrar no carro, quando eu comecei a gritar coisas como "porque você tá fazendo isso?" A coisas como "você esqueceu da noite no farol" ele só permaneceu calado e disse:


- Olha, Cla, eu nunca faria nada disso com você, e sobre o farol, eu nunca vou esquecer, às vezes eu sinto você no meu colo ainda.


E eu ouvi cada palavra dele e foi uma das coisas mais fofas que eu já ouvi mas, eu fiquei perplexa quando olhei as figurinhas no vidro do carro dele e tinha uma escrito "Tina" eu não sabia o que falar, só o abracei e pedi desculpas, o que passou pela minha cabeça pra pensar que tinha sido ele? E ele me disse que podia saber quem era, que tinha um garoto chamado Bernardo na escola espalhando coisas sobre mim, eu fiquei mais mal ainda porque um completo estranho está entrando na minha casa? Preferia que fosse mesmo o Theodoro.

Tudo estava indo bem até aquela parte do dia, tinha me reconciliado com o Theo e o Fred tinha acalmado os nervos quando viu o Heitor bem, a Brenda já estava melhorando e a Liz nunca para de rir. Só me faltava descobrir quem era o Bernardo, foi quando o Theodoro me mandou uma mensagem dizendo que o Bernardo era um dos garotos mais populares da escola e estava no último ano de medicina, até aí tudo bem, mas eu realmente estava lidando com um louco que pode levar uma seringa pra onde quiser? Eu realmente não estava segura.

Eu estava nadando contra a correnteza.

Cor FavoritaOnde histórias criam vida. Descubra agora