O Preço do Futuro

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Capítulo Quatorze - O Preço do Futuro

Dumbledore esteve presente durante o atendimento médico a Harry e Gina. O menino estava praticamente em perfeito estado, tinha alguns hematomas mas nada que um bom chocolate da Dedosdemel não resolvesse. Gina estava mais grave. Tinha quase morrido e teria que passar pelo menos uma noite na enfermaria.

Toda a família dela perambulava pela enfermaria, para loucura de Madame Pomfrey. Harry já tinha sido liberado e ficou do lado de fora. Assim que Gina estava fora de perigo saiu, bem como o diretor. Não podia permanecer ali, parado, sem explicação nenhuma. Estava muito confuso. Precisava falar com Dumbledore. Ainda não tinha entendido o que acontecera. Foi até a sala do professor, que sorriu para ele. Parecia que já o estava esperando.

- Harry! Eu imaginei que você viria aqui. Estava te esperando. Sente-se - ele obedeceu. - Creio que esteja com muitas perguntas na cabeça... - Harry confirmou.

- Eu queria entender... A Gina... Eu pensei que ela estava... Estava... - não conseguia completar a frase.

- Ela estava Harry... Quase, para dizer a verdade. Apenas um fio de vida a prendia aqui. E esse fio teria se soltado se não fosse por você.

- Mas por que não se soltou? Eu não entendo, o que eu poderia ter feito, eu...

- Amor, Harry... Um tipo diferente, que nós só sentimos uma vez na nossa vida. E uma mágica muito poderosa. Você já se perguntou o porquê de a Srta. Weasley ter estado dentro da Câmara com você? - Harry sacudiu negativamente a cabeça. - Ela é uma sobrevivente de Voldemort. Como você. Mas ela tinha que passar por isso. Ela escolheu, mesmo sem saber, pois faria tudo por você - Harry ainda não compreendia. - Vocês são dois bruxos de primeira... Mas juntos são mais do que isso. Vocês são uma só alma. A ligação de vocês é harmônica, perfeita. Você nunca reparou como podem adivinhar um ao outro? - Harry agora estava entendendo onde o diretor queria chegar. - E, sendo assim, os dois estão ligados a Voldemort. Igualmente. Ele sabe disso. Por isso tentou roubar Gina de você no primeiro ano dela. O poder dele está fragmentado, entre vocês três. Mas ela não passou para o lado dele, quase morreu naquela Câmara. E ela morreria por você, como você morreria por ela. Então ele resolveu matá-la, tirá-la de você, diminuindo suas forças. Seria fácil enquanto as suas atenções estivessem voltadas para outro lugar, você estava convenientemente tendo todas aquelas visões com a dimensão de Érevan, apesar de estar tomando a poção anti-sonhos. Mas ele não contava com a força do amor de vocês dois, Harry. Isso sim foi imprevisível. Ele não imaginava que você, suas lágrimas do mais puro amor e sua força de vontade e desprendimento transfeririam energia vital suficiente para salvá-la da morte. Esse é o maior erro dele, subestima os sentimentos humanos mais nobres. Mais uma vez os planos dele falharam e você o venceu - Harry tinha compreendido. - Vá Harry! Eu creio que a Srta. Weasley vai gostar que seja você a primeira pessoa que ela vir quando acordar...

Ela estava deitada na cama da enfermaria. Todos já haviam se retirado para um quarto próximo, que Dumbledore havia reservado para a família Weasley. Harry fora o único que não havia conseguido permanecer ali. Estava muito confuso para entender o que havia acontecido. Não sabia o que pensar, o que dizer e muito menos o que fazer. Só agora, depois do que havia acontecido e de saber por que havia conseguido salvar Gina da morte, entendia plenamente o que sentia. Harry Potter amava Virgínia Weasley! Incondicional, desesperadamente. Mais que qualquer outra coisa na sua vida. Só não sabia ainda o que fazer com essa nova informação.

Embora não tivesse entrado na sala esteve presente o tempo todo, assistindo todos os cuidados prestados a ela da porta da enfermaria. Só havia se retirado para ir até a sala do diretor. Não tinha coragem de entrar mas ficar longe dela dessa forma o estava matando, era insuportável.

Harry Potter e a Passagem Para ÉrevanOnde histórias criam vida. Descubra agora