CAPÍTULO: 02 - O PEÃO DOS SONHOS

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"As mudanças são sempre um reflexo de nossa necessidade, da nossa vontade... ela é um desejo maior de nosso íntimo, uma eterna busca pelo que é novo, pelo que é inesperado, pois são as necessidades que movem os homens, mas no fundo são as mudanças que nos movem em direção aos nossos desejos e sonhos... pois toda reforma interior e toda mudança para a melhor, dependem exclusivamente do nosso próprio esforço..."

(Kaius Cruz)

*Narrado por Bella

Me próximo das persianas, fecho-as, deixando a sala completamente fechada, diminuo a luz, vou até as coisas de Nando, retiro uma coberta, e tento cobri-lo, ficando bem próxima dele, mas de repente algo acontece...

O chapéu de Nando cai de seu rosto, me aproximo lentamente, pego o chapéu no chão, mas antes de colocar o chapéu de volta em seu rosto, fico olhando para ele, como ele estava bonito... igualzinho ao pai... me aproximo lentamente de seu rosto e sou surpreendida.

Nando me agarra forte e me puxa para cima dele e fala dormindo:

- Vem cá minha potranca gostosa! – Ele aperta a minha bunda com força com uma mão, com a outra ele me puxa pelo cabelo me trazendo para perto de sua boca, onde o inevitável acontece... Ele me beija forte e firme, sua língua áspera invade minha boca e eu perco toda a minha noção... e me entrego aquele beijo, nossa como ele beija bem, suas mãos passeavam por todo o meu corpo e eu deitada por cima dele, já podia sentir toda sua excitação friccionando meu vertido... também podia sentir o seu cheiro, cheiro almiscarado de homem de verdade... cheiro de homem do mato! Cheiro de macho!

Sua mão começou a entrar por debaixo de meu vestido, indo em direção a minha entrada, mas quando ele toca lá, tentando puxar minha calcinha, eu acabo voltando a realidade e muito rapidamente eu saio de cima dele e colo uma almofada no lugar... ele abraça por um tempo, mas depois para, voltando a dormi lentamente.

Mas uma coisa ainda não saia de minha cabeça, o gosto de seus beijos, a força de sua pegada e suas mãos grossas, grandes e ásperas tentando me possuir... mesmo muito ofegante, saio da minha sala às pressas, e vou até o banheiro, lavar o rosto, os pulsos e a nuca, para ver se me acalmava... volto para minha sala e fico lá... olhando para ele...

Pois é, eu estava na minha sala, tinha fechado as persianas para evitar que a luz entrasse para dentro, abaixei um pouco a luz ambiente do meu local de trabalho, pois Nando resolveu tirar seu cochilo depois do almoço, acho que as pessoas devem fazer isso no campo. Confesso que até agora estou muito surpresa, pois eu esperava sinceramente que ele fosse baixinho, magrinho e feio. Mas Luiz Fernando era tudo e um pouco mais, ele parecia mais um desses modelos de cueca do que um capiau do mato... e depois do que ele involuntariamente tinha feito comigo, eu estava mais nervosa e confusa ainda...

Ele definitivamente era muito bonito, parecia muito com o pai, cabelos castanhos, olhos negros, barba cerrada e definitivamente tinha o mesmo coração e sorriso da mãe, a casca podia até ser a do pai cafajeste dele, mas o interior, definitivamente era da minha inesquecível Carolina, sorriso sincero, coração de criança... um grande rapaz.

Mas uma coisa ainda não saia da minha cabeça, meu único afilhado, o único filho de minha melhor amiga e único filho de Murilo Soares Cavalcante, grande herdeiro de uma das maiores produtoras de café do mundo e um grande advogado, que nunca soube da verdade e no que depender de mim, nunca saberá... Eu sei que no fundo ele tem direito de saber quem é o verdadeiro pai, mas se Carol e seus avós, não querem isso, então respeitarei a memória e o último desejo de minha amiga, sei que parece cruel, mas o que Murilo fez com nós duas é imperdoável...

A DAMA E O PEÃO®Onde histórias criam vida. Descubra agora