CAP.: 11 - EDUARDO

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"Existe amor à primeira vista? Bom... eu definitivamente acredito que sim. Mas é como essa paixão acontece que realmente interessa... Ela pode ser surpreendente, momentânea, permanente, constante ou inconstante, rápida ou perene como um rio. A paixão, independentemente da forma como ela acontece tem o poder de ser sempre surpreendente..."

(Kaius Cruz)

*Por Eduardo (Dudu)

Eu confesso que aquela situação era meio inusitada e que aquela estratégia de meu pai era velha, pois ele sempre quis que eu arranjasse alguém, pois de acordo com ele eu viva uma vida um pouco promiscua. O seu Antônio, vulgo meu pai, era um homem sério, mas respeitador, tem o jeitão dele, mas acredite ou não ele e minha mãe sempre me protegeram. Inclusive foi ele quem me ensinou a me proteger, me ensinado tudo que eu sei sobre o campo, sobre a vida, sobre o campo e principalmente em como me defender.

Acho que desde que meu pai me resgatou das ruas de São Paulo, me registrou como seu filho, que ele soube quem eu era, a minha natureza. Ele nunca chegou diretamente a comentar nada. Até a data de hoje, quando ele literalmente disse na minha cara, que ele sempre soube que eu era gay e que precisava me arranjar logo, pois estava virando uma bicha velha.

E aqui estou eu, deito costa a costa com um cara que conheci no meio de um temporal. Pobre coitado ele tremia como uma vara verde no vento forte, de tão medroso que estava dentro daquele carro no meio do nada.

Ele era arisco e tinha um gênio do cão pelo pouco que pude perceber. Então resolvi deixá-lo furioso.

- Dá pra fastar um pouco donzela ferida! Está tomando todo o espaço da cama!

- Cala a boca seu Cavalão! Que eu sou pequeno e magro! Você que parece um cavalo, tomando todo o espaço! – Patric era tinhoso, de verdade.

Eu decidi parti para a confusão, então acabei empurrando o almofadinhas da cama, que caiu estatelado no chão, fazendo um barulho grande.

- É isso ai filhão!!! Mostra quem manda!!! – Ei que ouvimos meu pai gritando do outro lado da porta do quarto.

- Para com isso homem! Deixa os dois em paz!!! – dessa vez era mamãe quem falou.

- Seu cretino!! Crianção de merda! – Patric se levanta e começa a me bater. Logo depois ele grita com meus pais: - E NÓS NÃO ESTAMOS FAZENDO NADA!! VIU SEU ANTÔNIO!!!

- Por que não!? Meu filho não é grande o suficiente?! – meu pai resolve questionar. – Olha a falta de respeito Antônio! – dessa vez quem fala é minha mãe. – Oras gracinha, nosso filho é um homem muito bem-criado, já vi aquele moleque pelado... ele praticamente tem um terceira perna! O garoto é um orgulho! – meu pai e sua forma estranha de me elogiar.

- Eu não quero a terceira perna do seu filho seu Antônio! E ver se dar para vocês dois saírem detrás dessa porta, pois entre eu e seu filho não vai acontecer nada! Absolutamente nada! Estão me entendendo? – Patric praticamente gritava, estava vermelho de vergonha.

- Por que não? – dessa vez é minha mãe, quem resolve reclamar - Eduardo!!! O que você aprontou dessa vez?! Aposto que não tomou banho, e tá fedendo a esterco de cavalos!!!

- Não se preocupe quanto a isso dona Gracinha! Seu filho querido não está fedendo a esterco de cavalo! Ele é o próprio cavalo! De tão chucro que é! – o maldito almofadinha tinha a língua afiada.

- Gente eu tô bem aqui, viu! E eu não tô cheirando a cavalo, oh seu "Faria Limer"!

- Ah! Vai se danar Eduardo! – eu vejo Patric indo para minha cama, deitando-se todos esparramado – Ah... e agora você vai ter que dormir o chão!

A DAMA E O PEÃO®Onde histórias criam vida. Descubra agora