Eu aflitamente busco algo real, quase palpável, mas é tudo um sopro. É que o amor é qualquer coisa em que você acredite. Eu sigo as regras por que é mais fácil e não quero algo tão arbitrário. Então perguntas o que me agrada, o que podes fazer?
Eu gosto de amores doloridos e beber vinho pausadamente. Aparentemente temos vícios recíprocos. Escolhemos nos amar no mesmo minuto. Esprememos até onde vai, mas de nós só sai paixão desvairada e já sabiamos disso. Verdade é que o amor é qualquer coisa em que resolvemos apostar. Um pelo outro nós consseguimos, juramos que consseguimos.
Nossos dedos se entrelaçam como se entrelaçaram com outros antes mas nossas mãos foram feitas uma para a outra, não foram? E nós nos soltamos tantas vezes mas não nos deixamos nunca. As vezes você vem a noite em forma de sonho ou pesadelo. As vezes nos esbarramos por acaso por aí e seguimos, juntos, o resto do caminho de volta; mesmo correndo, nunca chegamos. Mas o amor é qualquer coisa em que tentamos descansar.
Talvez haja uma espécie de força que nos une, mas nós não acreditamos em nada. Sabemos que o universo é... O universo, isso! O universo apenas continua nos trazendo um para o outro! Mas quem acredita nisso? Honestamente? Somos nós dois que gostamos de sofrer e de fazer sofrer e nos sentir culpados. Somos eu e você que procuramos por um único rosto atormentado na multidão. Sejamos sinceros. Agora que não dói nenhum pouco e tudo é muito melhor do que merecemos, isso não importa. Mas quando seu coração pulsante quiser morrer, saiba, fomos nós.
