Me deito no escuro

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Extirpada,
Me deito à mesa,
Não há mais nada
A se perder.
Finge ser rei,
Eu me concentro
Nos seus pedidos
Porque a minha cabeça é demais
O peso da vida é muitíssimo mais do que eu posso conter
Enquanto você sai eu me desfaço
Eu não posso me ater
A esses malditos...
Será sempre isso?
Quanto mais tempo eu ganho menos eu tenho
Essa ilusão não tem fim?
Injeta um antídoto
Eu quero, eu quero mesmo, eu quero muito

Você é mudo
Mas eu posso ouvir
Eu quase fugi ontem
Mas e daí?
Eu ainda tenho dificuldade
Em ligar pontos para formar letras
O que você me diz
De tudo isso?
Eu não enlouqueci ainda
Lá fora eu quero abraçar o mundo
Mas ali é tão inseguro
Eu prefiro o teu calabolso
Prefiro me jogar nas paredes
Quando você vira para o outro lado
Sou tão covarde
Tenho mais medo que o mundo me despedaçe
Do que do escuro que você é

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