Eu me sinto muito atormentada agora. O tempo todo. Pensamentos sobre morte me vêm a cabeça. Sobre o fim. Há alguém morrendo agora. Acabou-se. E eu não gostaria de ter nascido. E eu não gostaria de ser uma humana. Quase tudo é desumano ao meu redor. Milhares de perguntas me surgem. Eu não sei. Eu não sei. Eu gostaria de ser boa. Quanto tempo eu tenho? Quanto tempo temos nós? Será que alguém se importa? Acho que ninguém. Eu penso em mim mesma apodrecendo e tremo de medo. E eu temo, temo tudo. O vazio imenso do espaço traduz o vácuo da nossa existência, e ela caminha para o nada. Abismos. Há alguém aí em cima? Por favor me diga. Há alguém em algum lugar? Eu gostaria de ser melhor, mas o tormento não permite. Meus pensamentos me engolem. A minha mente já está me decompondo... ei! Espere, isso é trabalho das bactérias! Para depois da morte. Eu quero viver antes. Me sinto um buraco negro. A razão é um calabouço que se finge de libertação. Que os instintos me libertem. Quando eu acreditava em Deus tudo me doia menos. Quando eu acreditava, era um tanto mais ameno. E nada me atormentava tanto assim. Eu ainda tento. Ainda tento. Tento. Pergunto: meu Senhor, cadê você? Não escuto meu eco sequer.
13/10/2014
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