Capítulo Dez

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- Chegamos. - falei colocando as malas no chão do nosso quarto.

Havíamos pegado um quarto com cama de casal, e Scott tinha me levado até o apartamento para pegar minhas roupas, sim, a gente poderia dormir no meu apartamento já que tínhamos carro. Mas decidimos ir para um hotel, tínhamos que variar um pouco, e um novo ambiente seria divertido.
Olhei em volta, era um quarto bem decorado, e bem bonito.
Havia uma cama de casal que parecia muito aconchegante, TV, poltrona, e mais algumas coisas decorativas que achei lindo.
Peguei novamente minhas malas e as repousei ao lado de um pequeno armário que tinha ao lado da cama. Scott colocou sua mala ao lado da minha, nos entre olhamos e sorrimos.

- Tem até computador. - ele disse rindo.

- Sim. - concordei pulando na cama e apreciando a colcha macia. - Acho que vou tomar um banho. - falei já me sentando na cama.

- Pode ir. Eu vou ficar por aqui mesmo, vou aproveitar e mandar um e-mail para os meus pais.

- Certo.

Fui em direção ao banheiro e fechei a porta. Era bem bonito e decorado como o quarto. Tinham até toalhas, peguei uma delas é a pendurei. Retirei minha roupa que havia trocado no apartamento e entrei na banheira que liguei, deixando a água cair sobre minhas costas enquanto a enchia. Fiquei repousando minha cabeça na almofada que havia lá, fechei a torneira e respirei fundo, pronta para um relaxamento. Fechei os olhos, e sem querer, pelo cansaço, acabei adormecendo.

***

Acordei com gemidos altos, eram gemidos de dor. Deixei a água da banheira ir embora e pulei para o chuveiro, tomando um rápido banho e me enrolando na toalha. Abri a porta do banheiro, os gritos de dor cada vez aumentavam mais, vi o braço de Scott levantar rapidamente, indicando para que eu fosse até atrás da cama. Corri até lá, e vi, vi Scott tocindo, e de sua boca, saia sangue, muito sangue. Uma poça se formava em baixo de Scott, que se debruçava no chão, com as mãos na barriga, e os olhos apertados.

Corri até minha mala e a abri, coloquei a melhor roupa que tinha e fui até Scott de novo, ele havia parado um pouco, mas ainda estava mal. Ele se levantou, e colocou o braço atrás do meu pescoço, segurei em seu braço e fui o carregando até o carro. Abri a porta do passageiro e o joguei lá.
Entrei no motorista e liguei o carro, eu não tinha carro, normalmente ia de bicicleta ou de pé para a faculdade. Eu não dirigia a tempos, mesmo tendo carteira, eu prefiria não ter um veículo. Balancei a cabeça tentando me recordar das aulas de direção.

***

Scott segurou a sacolinha que eu havia entregado a ele e tociu mais sangue dentro dela. Parei o carro no estacionamento do hospital e tirei o cinto rápido, correndo para a outra porta. O desespero aumentava, e ver Scott daquele jeito me doía no peito. Aquilo aconteceu de repente. E eu não estava preparada, o peguei novamente e fui o carregando até a recepção.

- Moça! - falei desesperada olhando para a mulher que mexia com toda a calma em seu computador. - Ele, ele está mal! Preciso de um médico urgente!

- Oque ele tem? - ela disse arrumando os óculos e olhando para Scott tocindo sangue. Ela pareceu nem ligar, revirou os olhos e me olhou novamente.

- Não está vendo!? - gritei, irritada.

- A senhorita não tem direito de falar assim comigo.

Ouvi saltos apressados vindo até nós, alguém pegou Scott de mim e o olhou desesperada.

- Nikolle, chame o doutor Stevens! - a moça gritou, olhando para a mulher que havia me atendido a poucos instantes. - AGORA! - ela parecia trabalhar ali, identifiquei - a como recepcionista do hospital quando olhei em seu crachá.

Nikolle se apressou e pegou um telefone que havia ao seu lado. Discou um número rápido e ligou para o médico que estava a algumas salas adiante do corredor que havia ao lado.

- Doutor Stevens? Temos uma emergência. Sim, na recepção. Obrigada. - ela colocou o telefone novamente no gancho e me olhou com ódio - Ele já vem.

***

Me balancei em uma das cadeiras de espera pela centésima vez, Scott havia ido para uma sala com o médico, e eu estava a uma hora lá, apenas aguardando. Olhei para a televisão, e tomei um gole do meu café preto que eu havia ido comprar. Me levantei e fui até a recepção novamente.

- Quando você acha que eles irão me dar notícias? - perguntei a Nikolle.

- O médico ligou agora pouco, ele disse que daqui uma hora e meia estará tudo pronto. Eles estão fazendo exames avançados. - balancei a cabeça confirmando e voltei para o meu lugar.

Parece que eu ficaria ali até a meia noite. Minha barriga roncou, eu não comia desde o meio dia. Me levantei pegando minha carteira e sai do hospital, indo ao Iklann's. Uma cafeteria que ficava aberta 24 horas. Lá geralmente só haviam idiotas que acabaram de sair do bar a noite. Mas era o único lugar aberto.

Entrei lá e pude ouvir a música meio alta. Vários homens bêbados conversavam, e bebiam mais. Infelizmente aquele lugar também vendiam - se bebidas. Fui até o balcão e pedi um sanduíche natural e uma coca. Me sentei em uma mesa vazia e apoiei minha cabeça nas mãos.

- Eai Gostosa. - alguém me chamou, com uma voz grogue.

Até Tudo AcabarOnde histórias criam vida. Descubra agora