- Chegamos. - falei colocando as malas no chão do nosso quarto.
Havíamos pegado um quarto com cama de casal, e Scott tinha me levado até o apartamento para pegar minhas roupas, sim, a gente poderia dormir no meu apartamento já que tínhamos carro. Mas decidimos ir para um hotel, tínhamos que variar um pouco, e um novo ambiente seria divertido.
Olhei em volta, era um quarto bem decorado, e bem bonito.
Havia uma cama de casal que parecia muito aconchegante, TV, poltrona, e mais algumas coisas decorativas que achei lindo.
Peguei novamente minhas malas e as repousei ao lado de um pequeno armário que tinha ao lado da cama. Scott colocou sua mala ao lado da minha, nos entre olhamos e sorrimos.- Tem até computador. - ele disse rindo.
- Sim. - concordei pulando na cama e apreciando a colcha macia. - Acho que vou tomar um banho. - falei já me sentando na cama.
- Pode ir. Eu vou ficar por aqui mesmo, vou aproveitar e mandar um e-mail para os meus pais.
- Certo.
Fui em direção ao banheiro e fechei a porta. Era bem bonito e decorado como o quarto. Tinham até toalhas, peguei uma delas é a pendurei. Retirei minha roupa que havia trocado no apartamento e entrei na banheira que liguei, deixando a água cair sobre minhas costas enquanto a enchia. Fiquei repousando minha cabeça na almofada que havia lá, fechei a torneira e respirei fundo, pronta para um relaxamento. Fechei os olhos, e sem querer, pelo cansaço, acabei adormecendo.
***
Acordei com gemidos altos, eram gemidos de dor. Deixei a água da banheira ir embora e pulei para o chuveiro, tomando um rápido banho e me enrolando na toalha. Abri a porta do banheiro, os gritos de dor cada vez aumentavam mais, vi o braço de Scott levantar rapidamente, indicando para que eu fosse até atrás da cama. Corri até lá, e vi, vi Scott tocindo, e de sua boca, saia sangue, muito sangue. Uma poça se formava em baixo de Scott, que se debruçava no chão, com as mãos na barriga, e os olhos apertados.
Corri até minha mala e a abri, coloquei a melhor roupa que tinha e fui até Scott de novo, ele havia parado um pouco, mas ainda estava mal. Ele se levantou, e colocou o braço atrás do meu pescoço, segurei em seu braço e fui o carregando até o carro. Abri a porta do passageiro e o joguei lá.
Entrei no motorista e liguei o carro, eu não tinha carro, normalmente ia de bicicleta ou de pé para a faculdade. Eu não dirigia a tempos, mesmo tendo carteira, eu prefiria não ter um veículo. Balancei a cabeça tentando me recordar das aulas de direção.***
Scott segurou a sacolinha que eu havia entregado a ele e tociu mais sangue dentro dela. Parei o carro no estacionamento do hospital e tirei o cinto rápido, correndo para a outra porta. O desespero aumentava, e ver Scott daquele jeito me doía no peito. Aquilo aconteceu de repente. E eu não estava preparada, o peguei novamente e fui o carregando até a recepção.
- Moça! - falei desesperada olhando para a mulher que mexia com toda a calma em seu computador. - Ele, ele está mal! Preciso de um médico urgente!
- Oque ele tem? - ela disse arrumando os óculos e olhando para Scott tocindo sangue. Ela pareceu nem ligar, revirou os olhos e me olhou novamente.
- Não está vendo!? - gritei, irritada.
- A senhorita não tem direito de falar assim comigo.
Ouvi saltos apressados vindo até nós, alguém pegou Scott de mim e o olhou desesperada.
- Nikolle, chame o doutor Stevens! - a moça gritou, olhando para a mulher que havia me atendido a poucos instantes. - AGORA! - ela parecia trabalhar ali, identifiquei - a como recepcionista do hospital quando olhei em seu crachá.
Nikolle se apressou e pegou um telefone que havia ao seu lado. Discou um número rápido e ligou para o médico que estava a algumas salas adiante do corredor que havia ao lado.
- Doutor Stevens? Temos uma emergência. Sim, na recepção. Obrigada. - ela colocou o telefone novamente no gancho e me olhou com ódio - Ele já vem.
***
Me balancei em uma das cadeiras de espera pela centésima vez, Scott havia ido para uma sala com o médico, e eu estava a uma hora lá, apenas aguardando. Olhei para a televisão, e tomei um gole do meu café preto que eu havia ido comprar. Me levantei e fui até a recepção novamente.
- Quando você acha que eles irão me dar notícias? - perguntei a Nikolle.
- O médico ligou agora pouco, ele disse que daqui uma hora e meia estará tudo pronto. Eles estão fazendo exames avançados. - balancei a cabeça confirmando e voltei para o meu lugar.
Parece que eu ficaria ali até a meia noite. Minha barriga roncou, eu não comia desde o meio dia. Me levantei pegando minha carteira e sai do hospital, indo ao Iklann's. Uma cafeteria que ficava aberta 24 horas. Lá geralmente só haviam idiotas que acabaram de sair do bar a noite. Mas era o único lugar aberto.
Entrei lá e pude ouvir a música meio alta. Vários homens bêbados conversavam, e bebiam mais. Infelizmente aquele lugar também vendiam - se bebidas. Fui até o balcão e pedi um sanduíche natural e uma coca. Me sentei em uma mesa vazia e apoiei minha cabeça nas mãos.
- Eai Gostosa. - alguém me chamou, com uma voz grogue.
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Até Tudo Acabar
RomanceO mundo pode ser confuso, as coisas podem ser complicadas. Mas, com o amor, tudo pode ser melhor. Amy não esperava se apaixonar novamente pelo seu melhor amigo de infância, claro que não, aquilo era uma das últimas coisas que rondavam em sua mente c...