Capítulo Vinte e Um

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Morgan nos levou até um parque, que ficava perto da antiga casa dela. A casa onde ela morava quando era criança, mas, por conta do governo, ela teve de se mudar. Era uma linda casa, com dois andares, um jardim maravilhoso, e salão de festas. O parque era quase em frente.
Haviam balanços caindo aos pedaços e escorregadores. Sai do carro e fui correndo em direção ao balanço.

Me sentei e comecei a me balançar vagarosamente. Como uma criança.

- Era uma ótima casa, não é mesmo? - Morgan disse se sentando no balanço ao lado do meu.

- Era sim. Eu vinha te ver todos os fins de semana nas férias da escola.

- Era ótimo. - ela se balançou se jogando para traz e empurrando-se com os pés.

- Mas aí, veio o governo e você teve de se mudar. - falei.

- Sim. Ainda bem que você continuou indo em minha nova casa. Me ajudou a explorar cada cômodo, aproveitou a piscina comigo, foi uma ótima amiga.

- Fui?

- Sim. E ainda é.

- Eu te amo Morgan. - falei me balançando cada vez mais alto.

- Eu te amo mais, sua fresca. - ela começou a rir.

Nos balançamos alto, até Morgan pular do balanço e cair na grama rindo, sai do balanço para ir ajuda-lá, peguei em sua mão rindo e a puxei, fazendo-a levantar.

- Você é uma louca! - falei rindo.

- Eu sou uma louca? - ela riu.

- Sim, você é. - corri até o balanço e fiquei sentada nele, sem me balançar.

- Vou te provar que não sou eu a louca! - ela riu e se levantou.

Morgan foi até o escorregador e subiu no mesmo. Ficou sentada no topo e fez cara de felicidade. Comecei a rir de sua palhaçada e me perguntei o porque daquilo.

- Mãe... - ela disse imitando uma voz fina - Você sabia que eu amo a Morgan? É... Ela é minha melhor amiga para sempre! Seremos grandes amigas, até ficarmos grandonas assim. - ela ergueu o braço para o alto e começou a rir.

- Você ouviu? - comecei a rir.

- Ouvi. Eu estava escondida atrás da árvore.

- Eu fiquei te esperando voltar, você tinha ido buscar uma água.

- Queria ver o que você iria falar de mim. - ela sorriu e escorregou.

- A gente tinha seis anos. O que mais eu poderia falar de você? - perguntei rindo.

- Eu não sei o que eu tinha na cabeça. - ela deu de ombros rindo. - Eu trouxe salgadinho e refrigerante. Vou buscar, está no carro.

Morgan saiu e eu fiquei ali mesmo, me balançando fraco e olhando em volta. Eu a amava de verdade, ela era minha melhor amiga desde sempre, e isso não iria mudar. Ela havia feito eu ficar contente, com tão pouco. Apenas um lugar antigo e lembranças. Ela era incrível, e me fazia feliz sem saber.

- Aqui está! - ela ergueu uma toalha no chão, e jogou os salgadinho por cima.

Começamos a comer e conversar, Morgan falou um pouco de sua mãe e sobre nossa infância. Em como ela me amava e amava o meu jeito. Nos deitamos na toalha e começamos a olhar o céu.

- As estrelas me lembram seus olhos. - ela disse, rindo.

- Porque?

- São brilhantes e alegres. - ela disse se virando para mim. - Ou eram.

Desfiz o meu sorriso e me virei para ela, Morgan me encarou e passou a mão em meu cabelo.

- Amiga, você sabe que pode me dizer o que quiser, não é mesmo? Sabe que pode confiar em mim.

- Sim. Eu sei, e eu não tenho nada a dizer. Só queria que você soubesse que é uma pessoa incrível. E que eu te amo muito.

- Eu também te amo, Amy.

Até Tudo AcabarOnde histórias criam vida. Descubra agora