Capítulo Seis

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- O que? - ele disse, meio tonto pela sonolência.

- Morgan! Ela sumiu!

- Ela deve estar tomando banho. Se acalme.

- Não! Ela não está em nenhum lugar! Olhei por tudo! Até debaixo da cama! - comecei a andar em círculos, onde essa guria poderia estar?

Eu estava com vontade de chorar. Mas não ia fazer isso, eu não queria parecer uma fraca. Me sentei ao lado de Scott no sofá e apoiei minha cabeça nas mãos.

- Já tentou ligar para ela? - ele propôs.

- Já. Eu já tentei de tudo. Ela não atende. Vou ligar pra polícia. - peguei meu telefone, mas Scott me impediu.

- Calma, ela pode ter ido fazer alguma coisa. Espere um pouco, e depois tente ligar de novo. - ele disse, com tanta calma que me espantei.

- Mas... Ela é minha melhor amiga!

- Amy, morta ela não foi, ninguém entrou no apartamento. Se não eu teria ouvido.

- Você não me ouviu acordar, e nem viu Morgan sumir do nada!

- Ah... Calma Amy! Por favor.

Ele se levantou e saiu em direção a cozinha. Ouvi o barulho dos armários se abrindo. E depois das gavetas. Estranhei um pouco, mas aquilo não era o mais importante pra mim no momento. Morgan tinha desaparecido, e isso cada vez mais me dava angústia. Peguei meu celular novamente e disquei o número certo.

- Oi, aqui é a Morgan. Deixe sua mensagem após o bip, Biiip!

- Morgan, onde você tá? Até sua voz já tá dando saudade. Por favor, me liga quando ouvir essa mensagem.

Desliguei - o e voltei a me apoiar nos braços. Ouvi Scott se aproximando, me levantei e o vi carregando uma bandeja, que em cima, tinha uma xícara. Sorri para ele, meio triste e peguei sua bandeja.

- Obrigada Scott. - tomei um gole de chá. E respirei fundo, onde essa menina tinha se metido?

O celular tocou, senti meu coração parar por um instante. Larguei a bandeja no colo de Scott e peguei meu celular.

- Alô? - falei atendendo.

- Oi querida, sou eu, papai.

- Ah, Oi pai.

- Pensei que ficaria mais feliz ao falar comigo. - ele disse chateado.

- Desculpe pai, eu estou com alguns problemas. - me levantei e comecei a andar pela casa - Como o senhor está?

- Bem querida. E você?

- Mais ou menos.

- O que aconteceu?

- Não quero te incomodar papai, talvez seja paranóia minha.

- Oh, tudo bem. queria ligar para saber como está. Eu e sua mãe estamos com saudades.

- Eu também sinto saudades. Vou ver se passo aí fim de semana que vem.

- Seria ótimo querida. Eu vou indo.

- Tchau papai.

Desliguei o celular e fui até Scott.

- Era meu pai. - digo desanimada.

- Tente ligar de novo. Talvez de certo. - ele disse, batendo levemente em minhas costas, tentando me animar.

- Duvido muito. - digo pegando o meu celular e discando o número de Morgan pela centésima vez - Está chamando. - falei esperançosa, alguém atendeu, meu coração para novamente - Alô? Morgan? O que aconteceu?

- O si... - escuto alguns chiados - o sinal está... ruim. Vem... pra, ... casa da minha... mãe. - Sua voz era de pânico e choro. Fico mais procurada do que já estou.

Desligo e puxo o braço de Scott.

- Vamos, se arrume um pouco. Você tem que me levar na casa da mãe de Morgan.

- Mas...

- Você tem alguma coisa para fazer hoje?

- Não.

- Então anda logo! - ele me encara, irritado e se levanta - Por favor. - me aproximo dele e dou um beijo em seu rosto. Sua face se acalma e ele vai em direção ao banheiro.

- Você sabe me convencer. - ele diz rindo.

Corro para o meu quarto e coloco um vestido branco, de rendas. Arrumo uma pequena mala. Poderiam acontecer imprevistos lá, e eu já estava preparada. Terminamos de nos arrumar e fomos correndo até o carro. Ele o liga, e vai pedindo informações enquanto andamos.

- O que aconteceu? O que ela disse? - ele diz no meio do caminho.

- Ela disse que o sinal estava ruim, e estava mesmo, tinham chiados. E a única coisa que entendi ela dizer foi para ir para casa da mãe dela.

- Fica muito longe?

- Meia hora de viagem.

- Então tudo bem. - ele se encosta no banco e acelera o carro pela estrada de barro.

Demoramos um pouco para chegar, fomos conversando um pouco, falando sobre a vida e sobre Morgan, até finalmente pararmos em frente a grande casa da mãe de Morgan. E... oque era aquilo em frente a casa dela? O que a ambulância e a polícia estavam fazendo lá?

Até Tudo AcabarOnde histórias criam vida. Descubra agora