Capítulo Quatorze.

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Ele foi direto para os meus lábios, e as lembranças do seu beijo sereno tomaram minha mente. Fazendo tudo se esvair, tudo ir embora, apenas deixando eu e ele ali.

- Deixa eu te fazer feliz, Amy.

Ele sussurou as tais palavras em meu ouvido, com muita delicadeza, me pegou no colo e começou a subir as escadas estilo caracol, entramos em um lindo quarto, chique e decorado. Roger fechou as cortinas e me deitou na cama, começando a retirar minha blusa.

- Eu não posso. - falei o detendo.

- Vamos Amy, é só uma vez. - ele mordiscou meu pescoço de forma sexy.

Mordi o lábio, eu não podia fazer aquilo. Roger começou a tirar minha blusa e beijou minha barriga suavemente.

- Ah, Amy, deixa aquele babaca de lado, e entregue esse corpo perfeito para mim.

Ele não me queria. Ele queira... O meu corpo. O empurrei sem hesitar e vesti minha camisa novamente.

- Não acredito nisso, Roger. Você está querendo aproveitar - se de mim? Aproveitar minha situação?

Ele se levantou e acariciou o meu rosto.

- Não, eu apenas quero que você seja feliz.

- Seja feliz o... ah, você não se importa comigo de verdade! Seu babaca! - dei um tapa em seu rosto e sai do quarto esbarrando a porta, agora, o que eu sentia não era mais dor, e sim raiva, raiva do que estava acontecendo, raiva de Roger, raiva de Scott. Raiva de tudo. Roger me seguiu até o jardim, esbarrei em sua moto, a fazendo balançar.

- Cuidado com a minha moto, sua vadia.

Me virei e lancei um olhar furioso para Roger. Chutei sua moto, a fazendo cair no chão e quebrar o vidro do espelho. E segui em frente, por sorte eu conhecia a rua. Sabia que por perto havia um ponto de táxi. Fui até lá, com lágrimas pingando e me afundei no banco. Esperando alguém chegar.

- Você está bem mocinha? - alguém perguntou.

- Eu pareço bem? - falei furiosa.

- Ah, querida, desabafar é sempre bom.

Olhei para quem dizia as tais palavras, era um senhor de idade, com cabelos crespos e sorriso sincero. Senti um arrependimento de ter falado se tal maneira com ele, suspirei e me encostei na muro que havia logo atrás.

- Ah, minha vida está uma confusão.

Ele riu alegremente e colocou a mão em meu ombro.

- A vida é uma confusão, mocinha.

- O senhor tem razão. É mesmo.

- As vezes, tudo parece confuso e sem sentido. - ele falou sinceramente - Mas, sempre tem alguém que faz tudo valer a pena querida.

- Eu fiz essa pessoa se afastar de mim, e agora, nem sei onde ele está.

- Corra atrás mocinha! Não deixe o seu sonho fugir, porque se é amor. Tenho certeza que ele estará lá.

- Obrigada.

Abracei o senhor e lhe dei um beijo na bochecha, peguei o primeiro táxi que passou e fui em direção ao apartamento de Scott.

- Obrigada. - falei pagando o homem do táxi.

Sai correndo e cliquei várias vezes seguidas no botão do elevador, o mesmo se abriu, entrei e cliquei no apartamento de Scott. Ele tinha de estar lá.

Bati na porta, ninguém me atendeu, abri a mesma e sai correndo pelo lugar, ele não estava lá. Tranquei o apartamento novamente e desci correndo pelas escadas dessa vez, onde ele poderia estar?

" - Gosto de vir aqui para pensar, ou quando estou triste. - Scott disse, se referindo ao nosso local secreto.

- E porque você me trouxe aqui? - falei, sorrindo.

- Porque esse lugar é especial para mim. Assim como você. "

Era lá. Ele só podia estar lá.
Corri o mais depressa que pude, passei pela faixa em sinal aberto, sem ligar para as buzinas. Derrubei uma garota de bicicleta, me desculpei, e voltei a correr. Ele estava, ele tinha que estar lá.

Até Tudo AcabarOnde histórias criam vida. Descubra agora