Capítulo VIII

101 19 3
                                    

O mundo girava ao redor de Marcos naquela manhã, sua cabeça latejava como se fosse explodir a qualquer instante, o que lhe dificultava recobrar os sentidos e lembrar o que aconteceu. Ele sentou-se na cama e começou a se lembrar da noite anterior, e da loucura que ele havia cometido, como ele pôde se envolver com a namorada de seu irmão falecido a tão pouco tempo, ele não sabia como explicar, mas tinha certeza que era impossível resistir á tamanha tentação, ainda mais tendo bebido tanto. E a bebida continuava a fazer efeito, a dor de cabeça era insuportável, mas ele se esqueceu disso ao notar que Aline não estava no apartamento, o que o fez ficar desconfiado. Foi até a sala, e em cima da mesa de centro havia um bilhete, onde Marcos leu estas palavras:

" Querido Marcos, desculpe te enganar deste jeito, mas eu precisava de um modo de fugir desta cidade maldita. Tudo o que te contei era verdade, mas não posso enfrentar isso. Vou passar um tempo na casa de meus pais em Praia Grande. Tomei a liberdade de pegar seu dinheiro e sua arma. Um dia te devolvo.
Beijos, Aline Lima"

Aquele bilhete foi arrebatador para Marcos, ele tinha certeza que encontrara uma pessoa que enfrentaria toda esta jornada de vingança ao seu lado, que o auxiliaria em qualquer tipo de situação. Mas o medo de Aline fez com que ela fugisse de tudo e deixasse o advogado sozinho novamente, sem nenhuma idéia de como continuar com isto, as duas pistas que ele tinha já eram, e agora, não havia mais o que fazer. Mas antes dele poder desistir, o celular do irmão tocou:
- Alô - disse Marcos, mais uma vez sem esperar o que viria do outro lado da linha.
- Fala Playboy, quer dizer que não basta um da família se meter comigo, o outro tem que fazer o mesmo, é o seguinte, como seu irmão, você se envolveu com mulher minha, então nada mais justo que ter o mesmo final que ele, não é? Infelizmente aquela vadia sumiu, então tu vai morrer sozinho, quais são suas últimas palavras? - Marcos se enfureceu com a ignorância e a arrogância na voz daquele homem e decidiu responder a altura:
- Minhas últimas palavras? São apenas três. - Uma pausa para enfurecer Rogerinho - Vai se fuder!
Marcos acabou de desligar o telefone, e ouviu passos apressados no corredor, foi até a porta e olhou através do olho-mágico, vendo três homens fortemente armados conversando em frente a porta. Ele sabia do que se tratava, e não tinha como confronta-los, então correu até a janela e viu que o telhado do prédio vizinho ficava três andares abaixo, mas que no andar de baixo tinha um ar condicionado. Ele não tinha opção, pulou da janela e caiu em pé sobre o arcondicionado, em seguida pulou no telhado, e saiu correndo, mas antes que pudesse chegar ao próximo telhado, um dos homens chegou a janela, o viu e atirou em sua direção, acertando seu braço e o fazendo cair no terraço do prédio vizinho. A dor era horrível, mas ele precisava continuar, não podia morrer ali. Ele se levantou e começou a correr novamente, já que os capangas de Rogerinho já estavam no telhado. Numa ato de loucura, ele pulou do terraço para um beco que havia ao lado e começou a correr entre as ruas, tentando despista-los ao mesmo tempo que tentava estancar o sangue que já sujava metade da sua camisa.
Apesar de todo o esforço, seu corpo não estava aguentando aquilo, e Marcos começou a correr menos depressa, até que um dos indivíduos alcançou ele, e os dois travaram uma luta, mas o capanga tinha uma enorme vantagem pelo seu porte físico e pelo ferimento de Marcos. Isso fez com que o capanga acertasse um soco de direita na cara do advogado, o derrubando no chão. Logo os outros dois chegaram e começaram a arrasta-lo até um terreno baldio, onde o executariam, mas de repente, surge uma viatura de policia e abre fogo contra os três, que logo pediram a rendição. Marcos estava quase inconsciente nesta hora, mas conseguiu ver o rosto de Karina antes de apagar.

Implacável VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora