Abro meus olhos e não vejo América do meu lado, mas sim um papel com um desenho meu dormindo. Pego o desenho, sorrio e fecho os olhos.
As lágrimas saem de meus olhos e me sinto a beira de um abismo, onde posso cair e me embebedar com a escuridão, pois não sei viver sem a luz de America, sem seus olhos cinzas. Ver dentro deles a pureza de seus sentimentos, sem vê-la ruborizar, sem seu sorriso.
Pego o travesseiro ao qual ela estava deitada e sinto seu cheiro, aperto o travesseiro contra meu corpo e começo a chorar mais ainda.
Ouço alguém bater a porta.- Filha! Está tudo bem?
É meu pai.
- Sim. - Digo entre soluços
Ele abre a porta e me vê chorando. Ele se senta ao meu lado e olha para mim.
- Pai... - Cubro meu corpo, deito minha cabeça em seu colo e começo a chorar. Ele acaricia minha cabeça.- Eu sei que está doendo agora, filha. Mas terá outras garotas.
- Eu não quero outras garotas, pai! Eu quero a América.
Começo a chorar mais e meu pai beija minha cabeça.
- Sabe. - Diz meu pai. - Sempre é difícil dizer adeus as pessoas que amamos, como também é difícil deixá-las ir.
- América só precisa de um tempo.
- Então dê esse tempo para ela, filha. Mostre para ela que mesmo estando longe, ainda está perto. Que ainda a ama. Mas espere ela dizer seu nome, e assim, você irá até ela.
Olho para meu pai e concordo com a cabeça.
- Vocês escutaram? - Pergunto.
- Bom...- Meu pai fica ruborizado.- Um pouco.
- Pai!!!- Ele ri
- Calma minha filha, sua mãe e eu decidimos dar uma volta. Levamos a Eadlyn também. mas foi meio constrangedor ver América sair de casa quando estávamos de volta.
- Ela estava chorando?
- Sim, mas sua mãe reconfortou ela.
- Agradeça a mamãe por mim.
Ele sorri e beija minha cabeça novamente.
- Tome um banho, desça para jantar, coloque mais um pouco de gelo na sua mão e descanse, filha.- Diz se levantando.- Amanhã precisa estar forte, que nem ao seu velho. - Dou um sorrido fraco.
- Ta bom.
Ele saí do quarto e eu continuo olhando para o desenho.
Me levanto, pego meu caderno de poesias e vejo o desenho que America fez no dia em que estávamos na praça. Sorrio e coloco o outro desenho dentro do caderno.
Pego uma toalha nova dentro do meu guarda roupa, olho para a janela de America e a vejo fechada. Suspiro e vou tomar meu banho.
Depois do meu banho, desço para jantar e vejo minha mãe e meu pai dançarem uma música antiga. Sorrio ao vê-los e fico encostada no batente da porta vendo os dois dançarem.
Mamãe olha para mim, sorri e me chama para dançar com eles, vou até eles e ficamos os três dançando, após a dança, jantamos. Ninguém perguntou nada sobre o que aconteceu, mas vi minha mãe olhar para mim umas vezes e balançar a cabeça. Eu dava um sorriso fraco e balançava a cabeça. Eadlyn dessa vez desceu para jantar, e parecia de bom humor.
Ajudo mamãe à lavar as vasilhas, depois pego a bolsa térmica, coloco em minha mão e subo para meu quarto. Deixo minha mão em cima de minha barriga com a bolsa térmica e coloco meu celular para tocar "Spiders - System of a dowm". Canto umas partes e começo a chorar. Depois de um tempo, mamãe entra no quarto e se deita ao meu lado. Mas não fala nada. Apenas faz carinho na minha cabeça até eu dormir.
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Agora & Para Sempre
De TodoKatherine mora com os pais e a irmã. Um dia, ao separar uma briga da irmã Eadlyn, ela conhece América e começa à construir um laço de amizade até que Katherine começa à sentir algo mais que amizade por ela.