O mundo mudou, Jessa também

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As pessoas mudam com o tempo... Aprendi isso com a minha mãe, não que ela seja um exemplo disso, porque meu pai sempre disse que ela era determinada e estrategista, como é hoje.

Naquela noite, depois da conversa que tive com Jessa, entramos num carro militar, dirigindo para fora de Montetey.

Ele é tão grande por dentro quanto por fora, meu pai está no volante, minha mãe e Isako conversam seriamente como sempre, e eu, fico no banco da frente, fazendo anotações, algo que puxei de pai.

P.O.V Jessa
14 anos atrás

Adam e Pietro entram exaustos pela porta da frente, ouço o barulho dos sapatos molhados e dos suspiros de exaustidão, eles me encontram sentada no chão da cozinha, chorando, sentado em uma das cadeiras, esta Isako. Adam corre até mim e me cobre com um abraço, enquanto Pietro aponta a arma em direção ao feiticeiro.

-O que aconteceu amor? - pergunta Adam.

-Eu estou gravida - digo chorando, vejo pelo canto do rosto de Adam um sorriso se formando.

-Isso é ruim? - pergunta ele.

-Ruim? Isso é um pesadelo! Não quero ser obrigada a criar nenhum ser humano num mundo desses - respondo.

-Obrigada? - pergunta Adam - Da para abortar...

-Ela não pode - intervém Isako - Esse bebê, é importante, ele é a salvação do mundo.

-Jessie é a salvação do mundo! - diz Pietro com a arma engatilhada.

-Não, Jessa foi a chave, mas o bebê, é o fim do Apocalipse.

-Cala a boca! - grita Adam bravo.

-Eu não quero esse bebê! - grito ao mesmo tempo.

-Você não tem escolha - responde Isako indiretamente.

-Foi o que eu pensei no começo do Apocalipse do Zumbi, mas eu fiz minhas escolhas, e sendo elas boas ou ruins me levaram até aqui, e eu escolho não ter o bebê - digo, enquanto todos me observam - Esse bebê não vai ser amado.

-Jess, você não pode dizer isso! - intervém Adam.

-Eu estou dissendo a verdade, eu não serei feliz no nascimento nessa criança, eu não a amarei, não serei a mãe que gostaria que fosse, eu olharei para o menino e verei minha ruína e desgraça - respondo secando as lágrimas, os olhos de Isako pousam em mim.

-É uma menina!

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Diferente de como pensei que seria, tudo aconteceu rápido demais, em 9 meses minha filha havia nascido, e a escolha do nome deu uma grande confusão. E eu estava errada, não tinha como odiar essa criança, ela tinha os olhos encantadores do pai, e o gênio forte da mãe. Eu a mimei, algo que não pensei que faria, passei noites em claro chorando, por ela ter nascido num mundo assim, e receber tal responsabilidade.

Uma noite, quando ela tinha 8 anos, acordei, e fui ao quarto de Jennifer, ela estava acordada e sentei em sua cama.

-Porque está triste mamãe? - perguntou Jeny.

-Nada com que tenha que se preocupar, apenas tenha bons sonhos. Eu vou ficar aqui, até você dormir - digo com um sorriso doce.

-Mãe, eu queria ter conhecido as Princesas. Você tem muita sorte - responde Jeny - Mas o papai me disse que elas eram más, elas não podem ser más, são princesas!

-Querida, cada um tem seu conto de fadas, e no meu você é a mais bela princesa. E sobre o que o seu pai disse, bom, ele vai mudar de idéia depois de eu tiver uma boa conversa com ele - digo provocando sorrisos - Somos reféns do nossos próprio conto de fada, Jeny.

-Eu tenho medo, dos monstros que vivem lá fora. Isako disse que eu vou matar eles um dia, mas eu não quero mãe, eu quero salva - los - ela fez uma pausa - Você me ama?

-Sim, você é meu céu, e minhas estrelas. Eu andaria no fogo, e salvaria todos monstros. Você mora no meu coração - digo.

-E você no meu.

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