Tampando feridas

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Tristan da um chute no rosto do zumbi que ainda está vivo em cima de mim, enquanto o morto vivo cai ao meu lado com metade da face transfigurada e com carne esposta, Klaus atira nele, Tristan ajoelha - se ao meu lado, começo a me debater, meus pés estão agitados, a imagem começa a ficar turva, minha respiração começa a ficar pesada, e a cada segundo que se passa sinto como se estivesse me afogando com o meu próprio sangue, meu pescoço não para de sangrar, Tristan olha para mim com remorso.

- Ajude-a - grita Seiva - Não importa o que Jessa fez, ela é diferente, essa garota nos salvou Tristan.

Ele me olha de volta, tento respirar mais uma vez, mas sempre parece que será a última, Tristan coloca as duas mãos em volta do meu pescoço, e estanca o sangue.

-Precisamos ir, estou ouvindo movimento na floresta a nossa frente - diz Klaus nervoso.

-Temos que ajuda-la primeiro - responde Tristan sem tirar os olhos do meus.

-Me diz o que fazer - pede Seiva sentando ao seu lado.

-Abra a mochila dela - ordena seu irmão. Seiva pega minha mochila do chão, e a vira de ponta cabeça, jogando tudo para fora, ela acha uma sacola e após abri-la, da ao irmão faixas de gase.

-Seguinte garota, eu vou tirar minhas mãos do seu pescoço e o sangue vai continuar, como cavalos em uma corrida, eles estarão loucos para sair do seu corpo, a dor vai ser agonizante, e talvez você até morra, mas eu farei o possível, para estancar o ferimento - diz ele, tiro minha mão do chão e coloco sobre a sua.

-Tristan, faça - pede Seiva.

Ele tira a mão do meu pescoço, enquanto a minha cai ao lado do meu corpo, a dor volta, tão rápida e forte, abro a boca e tento gritar, mais nenhum som sai, ele começa a enfaixar rapidamente meu pescoço, não posso ver, mas sinto que as faixas não serão tão úteis já que elas se encharcaram rapidamente com o meu sangue, mas Tristan consegue, ele faz várias voltas e finaliza com um nó.

-Vamos tira - lá daqui. Aí meu Deus! Coitada ela é só uma criança! - ouço a voz de Seiva, com um misto de compaixão e tristeza, mas sei que seu coração, como eu mesma bem sei, não diz o mesmo que sua voz. Tristan me pega no coloco, e minha visão começa a escurecer, sei que não estou morrendo, mas se pudesse estaria, meu corpo luta, ele não desiste, mas meu coração já sofreu tanto, que se ele escolhesse, já teria parado de bater a muito tempo.

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Sede. É a primeira coisa que sinto quando acordo, eu estou desidrata, e também perdi muito sangue, mas com a força que ele mesmo porta, sei que os cortes já estão melhores, mais cicatrizados que de uma pessoa normal. Abro os olhos devagar, e minha primeira visão é o olhar cortante de Seiva, ela está encostada numa árvore, me olhando.

-Água - peço, coloco a mão no pescoço e sinto muitas camadas de faixas.

-Como você conseguiu sobreviver? Meu irmão trocou seu curativo a alguns horas, e disse nunca ter visto alguém curar tão depressa assim, você é alguma mutante? Estilo x-men? - pergunta ela, sorrio olhando para a copa das árvores.

-Não sei, o que é x-men? Água por favor.

-O seu sangue é modificado? O da Jessa também é? Se me contar eu te dou água - suborna Seiva, olho de relance para ela, e concordo devagar.

-Minha mãe nasceu com uma mutação genética que fazia com que seu sangue tivesse mais de um tipo sanguíneo, meu pai tentou cura - lá, mas o antídoto que ele criou era a cura dos zumbis. O sangue de Jessa não é como o meu, ela cura nas não tão rápido, meu sangue é evolutivo, por isso mais poderoso. Água!

-Porque seu avô não entregou a cura, salvaria milhares de vidas - diz ela me entregando uma garrafa de água mineral.

-Ele não sabia que era a cura até que o Apocalipse começou - digo, em seguida coloco a garrafa na boca e bebo tudo em um só gole.

-Então, você é imortal?

-Não exatamente, eu sobrevivo contra o vírus zumbi, mas ainda posso morrer se for baleada, se meu coração parar de bater, se estiver com uma ferida esposta, emorragia, essas coisas - digo, levanto-me rapidamente, Seiva faz o mesmo, e assustada vai atrás de mim e me para - Precisamos encontrar Pietro e Isako.

-São a sua família? - pergunta ela.

-O que restou dela - respondo.

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