Sussuros Fatais

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P.O.V Jenny
Olho assustada para o homem a minha frente, pego a pistola e miro nele, não cometerei o mesmo erro de Adam, penso. Uma gota de suor escorre pela lateral do meu rosto, e sem remorso aperto o gatilho, acertando três tiros em seu peito.

As balas atravessam o corpo de Isako, e ao mesmo tempo caio no chão com o impacto da pistola, fico ainda mais surpresa ao ver seu corpo caído no chão, com a boca e os olhos abertos e sem nenhum sangue escorrendo pelo seu corpo, mas a atenção é desviada, quando ouço um grunhido, o som está dentro da loja, e se propagou pelo local. Me levanto rapidamente, tiro a arma do chão, e miro para as prateleiras escuras, tudo está mal iluminado, não há nada para ver. Em seguida olho para o corpo de Isako, mas seus olhos estão sem expressões.

-Eu sei que não está morto - digo chutando de leve sua costela, seus olhos vão na minha direção e ele fecha a boca.

-Valeu a tentativa - responde Isako se levantando com um dos braços precionando as costas, como se estivesse com dor. Ouvimos outro grunhido, e nossos olhos são direcionados para o final do corredor.

-Tem um zumbi aqui dentro? - pergunto.

-Não é um zumbi - responde Isako, agora de pé.

Começo a andar lentamente, passo por passo, meu dedo está a poucos centímetros do gatilho, tremo violentamente, penso em Jessa, e em meu pai, dois traidores. Não há mais em quem confiar, eu sabia, lá no fundo, que esse dia chegaria, mas não que ele seria hoje, eu sabia que seria traída por humanos, somos traiçoeiros e fazemos qualquer coisa para sobreviver, mas queria não acreditar na possibilidade de ser minha mãe a traidora, fazia sentido, mas não queria reconhece - lá como inimiga. Não posso confiar em ninguém além de mim.

Dou mais um passo, e acabo pisando em uma lata de ervilha, olho para o chão, e de repente, um vulto passa pela minha frente, meu coração acelera, e sou jogada contra as prateleiras de ervilhas, caio sobre elas, e ouço um enorme estrondo, tenho que sair daqui. Levanto-me enquanto sinto do metal cortando minhas costas, tiro uma lanterna do bolso e ilumino o local, saio de cima da prateleira cambaleando, e vejo que o corpo de Pietro desapareceu, viro a lanterna para várias direções enquanto vários vultos passam por mim, miro a lanterna para o chão e vejo Marvin rosnando, a cada segundo ele virava para uma direção diferente, como se o estranho e o inesperado não fossem alcançáveis.

-Pietro? Isako? - pergunto, enquanto vejo minhas palavras se esvaiarem pela sala "vazia". Vou até minha bolsa jogada no chão, e tiro meu sangue, colocando o na seringa, faço rapidamente, nem sinto a picada, meu corpo está em transe, mas consigo move-lo com precaução. A única coisa que sei, é que não foi o Pietro que acordou. De repente, as luzes se acendem, e Isako vem correndo até mim.

-Eu as liguei - responde ele - Pegue suas coisas temos que sair daqui, os barulhos atrairão os zumbis.

-Mas, e o...

-Não me importo onde Jessa, Adam ou Pietro estão. Se sair comigo daqui te conto toda a verdade, sobre Jessa e as Princesas - persuadiu Isako, ele olha para a seringa em minha mão - Para que isso?

-Eu pensei na possibilidade de...

-Pare de pensar nos outros, e pense em você! Agora você está fraca, por causa da perda de sangue - diz ele tomando a seringa de minha mão.

-Tudo bem - digo, dou um passo e começo a recolher as coisas de Adam, mas Isako segura meu braço e se mantém em silêncio.

-Há algo errado por aqui - sussura ele, meu corpo treme, enquanto um calafrio repentino percorre minha espinha. Uma faísca escarlate atravessa as veias de Isako, até chegar à palma de sua mão, penso: não é só Jessa que está mentindo, Isako ainda tem poderes, e pela dimensão das faiscas que transludem de sua palma, é bastante. Um vulto preto passa pelos meus olhos, e não sei como, mas Isako consegue acertar o alvo com precisão, fazendo com que ele voe para o outro lado da conveniência, as luzes começam a piscar, e quando olho para Isako novamente em seu rosto se forma um sorriso macabro.

-Assim está bem melhor - diz ele estralando o pescoço. Não tenho tempo de reagir, apenas olho em direção ao impacto, todas as prateleiras estão caídas no chão, e todo o local parece um desastre, como se uma Guerra Mundial tivesse acontecido ali, olho para uma sombra no fundo do corredor, ela se levanta e vem andando devagar em nossa direção, meu corpo amolece e caio no chão.

-Pietro... - sussuro olhando atentamente a sombra cambaleando em minha direção, meus olhos se embaçam como as lágrimas que transbordam do leito de um rio. De repente a figura encontra - se a luz e vejo meu tio, com uma textura diferente, sua pele está acinzentada, seus olhos esbranquiçados e seu olhar morto, mas ainda é ele, sei que é.

-Porque estão todos me olhando? - pergunta ele, eu e Isako trocamos olhares assustados, como se Pietro estivesse na pele de um zumbi, mas de alguma forma ainda fosse humano. Corro para o corpo morto de Pietro e coloco minha cabeça em seu peito, e por incrível que parece sinto as batidas do seu coração, e meu corpo entra em estado de conforto e familiaridade.

-Como você está, Pietro? - pergunto, mas seu olhar é direcionado para algo atrás de mim, para Isako, ele gagueja um pouco até achar as palavras certas.

-O que aconteceu? - pergunta ele, viro-me para Isako.

-Não é só ele que quer resposta, preciso que você me responda algumas perguntas, eu quero saber como Pietro ainda esta vivo? Como você ainda é poderoso? E os segredos de Jessa - peço.

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