Traição

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P.O.V Jessa
Levanto a cabeça, como se ela pesasse toneladas, minha visão antes turva, volta ao normal rapidamente, olho meu reflexo na parede espelhada a minha frente, meu cabelo está desgrenhado, tenho marcas na bochecha, cortes feitos pelos cacos de vidro e uma mancha vermelha na testa, preciono a palma da mão em cima da mesma, tentando estabilizar meu corpo, mas cada esforço que faço é em vão, meu corpo ainda esta em choque, sinto dolorosamente cada volt ainda percorrer minha corrente sanguinea. A macaneta gira, e a porta se abre, entrando um homem jovem, alto e magro, ele usa um terno vermelho, com calça preta, ele tem a barba aparada e o cabelo arrumado, eu o observo bem, usa boas roupas e não passa fome, parece que o mundo foi dividido, os sobreviventes estão criando classes, e aquele lugar era frio e sombrio, mas tinha tudo o que eu e minha família precisávamos, mas ao mesmo tempo, tudo o que temíamos. O jovem traz uma bandeja de comida, e a coloca sobre a mesa, depois se senta a minha frente.

-Coma - pede ele - Eu trouxe todo o tipo de comida, carne de porco, vaca, frango, e também trouxe salada, caso você seja vegetariana.

-A que devo a gentileza? - pergunto, recusando a comida - Afinal, quem é você?

- Meu nome é Tristan, e você matou meu pai, caso não se lembre, na floresta, sua filha atirou no peito dele enquanto estava em cima da árvore. Mas não estou bravo, nem quero mata-la, minha irmã quer, a Seiva. Não me importo com você ou com sua família, só quero estar com meu namorado, e no momento não posso por sua causa - diz ele.

-O que voceis querem de mim? - pergunto.

-Você irá fazer um teste, se você passar, vive.

-E se eu não passar? - pergunto.

-Você já terá morrido no teste - responde Tristan abrindo um sorriso.

-Qual é o motivo disso?

-Não há motivo, as pessoas precisam ser entretidas. Elas precisam ter esperanças, perdi a conta de quantas pessoas cometeram suicídio. Muitas foram infectadas e mataram a própria familia, precisamos que você dê a elas confiança em nossa Base Militar. Por algum motivo você é a cura, e se as pessoas souberem o quão forte você é, garantiremos a elas que estão protegidas - responde o garoto cruzando as pernas - Mas é claro, é política, precisamos ser uma elite, caso contrário somos invadidos por saqueadores, somos os olhos e ouvidos de Monterey.

-Quero que prometam que não irão encostar na minha família - peço.

-Você tem uma filha. Eu não sou um monstro, protegerei a sua família, da minha irmã. Mas não cometa erros. Não posso proteger sua família, dos próprios indivíduos - responde Tristan, levando-se. Observo ele, recapitulo sua última frase em minha cabeça.

-O que quer dizer com isso? Pietro, ele foi afetado pela bomba, ele e meu marido estam protegendo minha família, e devem estar bem longes daqui- retruco, o rapaz abre um sorriso repentino.

-Creio que ele irá mata-los.

-Do que você está falando? Voceis nos deram a cura, ele está melhor agora, levando minha filha para longe daqui - digo, batendo a mão na mesa com raiva.

-O único lugar para onde, seu querido Pietro pode levar sua filha, é para o inferno, mas creio que você já fez isso, trazendo-a para esse mundo. Enfim... Não demos a cura para você.

Estremeço na cadeira enquanto o encaro com os olhos arregalados, em seguida me levanto, com o choque térmico bombeando meu coração.

- O que tinha no frasco? - pergunto, fechando o punho.

-Vírus zumbi evoluído.

Minha respiração se torna turbulenta, como a de um touro. Olho para o rapaz a minha frente, e vejo um inimigo. Minhas unhas agarram a mesa, e pulo sobre ela eufórica, corro em direção ao rapaz, seguro ele pelo seu terno caro, e o empurro contra o vidro, fazendo com que ele se estilhasse em sua costas. Vejo em seu bolso uma arma, viro-o, coloco a arma em sua cabeça, prendendo meu braço em volta do seu pescoço.

Engatilho a arma, e puxo o gatilho, mas nada acontece, largo o rapaz desapontada, e caio no chão, chorando. Tristan ajeita o terno e me encara.

-Eu sinto muito. Esse tal de Pietro deve ser muito importante para você - diz ele, encaro-o com sede de sangue.

-Você é um covarde, todos que moram aqui são. Você não sabe como é tentar sobreviver lá fora, muito menos como é salvar a sua família e criar uma criança. Eu já tive muitos inimigos Tristan, e posso garantir a você que nem todos acabaram bem - respondo.

-Ah, é?

-Eu vou garantir que você tenha uma morte mais lenta, que o vagabundo do seu pai - respondo enojada.

-E se eu te matar agora? - pergunta ele, se agachando no chão, para me olhar mais de perto. Solto um sorriso.

-Minha filha se vingará.

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