Chuva de Cadáveres

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-Pode ser o Adam - intervém Pietro lançando um olhar em minha direção.

-Vamos! - diz Seiva colocando tudo dentro de sua bolsa.

-Não vamos a lugar nenhum - responde Jessa chamando-a para um confronto - Você quer sair no meio da noite com uma horda de zumbis a nossa volta e  minas terrestres espalhas de baixo da terra?

-Exatamente isso que quero fazer - diz Seiva orgulhosa - Eu não quero brigar Jessa, mas minha família morreu aqui, e com a sua ajuda minha comunidade também, agora minas terrestres explodem no meio da noite, e eu não quero passar mais nenhum segundo aqui.

-Você no mínimo sabe o caminho do alojamento onde pegaremos o carro? - pergunta Pietro.

-Eu sei - diz Tristan levantando a mão - mas devemos separar o grupo, caso algum de nós nos deparamos com uma mina terrestre.

-Certo - responde Jessa me olhando.

-Com o Tristan vai o Klaus, Pietro, e  Isako. Comigo vem Jessa, Jennifer e Marvin - ordena Seiva, ela estava prestes a entrar na floresta quando Isako a interrompe.

-Com licença, é o meu dever ficar com Jennifer, então irei com voceis.

Seiva revira os olhos e continua andando, Isako entende isso como um sim e anda ao meu lado, entramos na floresta, o céu já está clareando, e meu único objetivo é olhar para o chão e ficar com a audição aguçada, fico com um mal pressentimento por Pietro, Klaus e Tristan, mas sei que no final ficaremos todos bem, de repente Isako segura meu ombro e paro, elas percebem e param também, segundos depois o chão treme e ouvimos outra explosão. Olho de minha mãe, que permanece passiva e calma, para Seiva, é como se sua defesa, sua capa de proteção contra qualquer emoção ou sentimento tivesse se rompido graças ao fogo que queima as árvores a quilômetros de nós, os olhos dela estão molhados, seu punho está cerrado e sei o quanto ela luta para não sair correndo pela floresta atrás da única pessoa com que ela se importa e a única que sobrou para amar, Tristan.

-Foi muito longe daqui, não podem ter sido eles - responde Isako quebrando o silêncio.

-Vamos continuar - diz Seiva limpando os olhos com o polegar.

Andamos por algumas horas, concentrados e inertes de nossos próprios pensamentos e convicções, não só nós tenho certeza, talvez Pietro esteja em algum lugar achando que tenhamos sido bombardeadas pela mina. Entramos num campo grande, a grama chega no meu tornozelo, e consigo ver um pequeno vilarejo, mais parecido com uma casa com apenas um telhado e uma porta, saímos correndo em direção a ela, Seiva ainda mais rápida que nós, ela tira a escopeta das costas e sem paciência atira na fechadura, entro após ela, cansada e sem fôlego,  ouço ela gritar pelo irmão, mas sem nenhuma resposta.

-Eles estão vindo - garante Jessa - O Pietro é como um chiclete nunca sai de perto de nós, e se ele consegue voltar, Tristan e Klaus também conseguem.

Seiva assente, de alguma forma o comentário de minha mãe a a relachou um pouco, olho para trás dela, isso não é um casa, é como uma garagem, paredes de concreto e apenas um carro.

-É tudo o que precisamos - responde Seiva entendendo o meu olhar, ficamos nos encaramos por alguns minutos até ouvirmos o som de uma voz familiar, corro para fora da casa e vou para a parte de trás, eles vieram pelo lado oposto.

Lá estão eles, Pietro, Tristan e Klaus, sorrio por alguns instantes até ver uma horda se zumbis atrás deles saindo da floresta segundos depois dos mesmos, arregalo os olhos, sei que eles notaram a multidão de zumbis atrás deles, mas parecem cansados demais para tentarei fugir.

-Jessa e Isako, preparem o carro - ordena Seiva, os dois entram correndo dentro do alojamento, tiro a pistola e miro nos zumbis, Seiva me olha confusa e tenta tirar a arma da minha mão, mas impeço-a e a arma é engatilhada, a bala atravessa o chão e por um segundo noto que está tudo normal, enquanto Seiva tira brava a arma de minha mão, mas em fração de segundos, acontece o inesperado, consigo olhar para Pietro uma última vez antes que uma bolha de gás imergja do chão e me lance no ar contra a grama, chamas para todo o lado, grito e grunhidos, não consegui desmaiar mas sento o impacto e a chama queimando meu rosto, olho para o céu, que agora está vermelho como sangue, e depois noto o motivo para tal comparação, pedaços de zumbis voam, pernas, braços e cabeças decapitadas caem no chão a minha volta.

Minha visão está turva e lenta, mas vejo nitidamente a cabeça de um zumbi caindo em minha direção,  por instinto desvio o corpo impedindo  que a cabeça esmague meu crânio. Levanto do chão, minhas pernas tremem, ouço os ruídos de Marvin, e quando fixo minha visão vejo um banho de sangue no chão, um massacre, começo a andar e vejo Seiva deitada no chão ao lado do que sobrou de seu irmão, ando por alguns minutos e reconheço o corpo jogado na grama, é o de Pietro, mas agora ele está sem as pernas, seu corpo foi cortado ao meio durante a explosão, e sinto toda a minha comida pedindo para sair do meu corpo.

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