13 - Separados

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Breu me levou até seu esconderijo. Ele me manteve presa dentro da bolha escura. Como ele usou um portal, não ver o caminho Que levava até aquele lugar, para descobrir sua localização. Mas Breu não era burro para deixar que o inimigo saiba onde ele vive. Fui colocada em frente a uma cópia meia-boca de Believe. Sua estrutura era muito simples, toda vazada, somente as partes terrestres eram materializados em um metal de cor cobre. Mas, ainda sim, possuía as mesmas luzes significativas que Believe, luzes essas que estavam quase todas apagas, apenas umas poucas centenas ainda piscavam, mas suas luzes eram opacas demais. Passei meus olhos pelo local e vi que as fadinhas estavam presas em gaiolas acima de mim. Os dentes que ele roubara, estavam amontoados em várias montanhas douradas e brilhantes.

—Por que você não me mata de uma vez, canalha? — lancei um olhar azedo para Breu.

Ele encarava o globo com um sorriso maligno. Era como ver um sádico admirando aquilo que ele considerava como obra de arte, sua obra de arte. Quanto mais luzes apagadas, mas vivo e acreditado Breu ficava.

—Sempre tão apressada. — Breu voltou sua atenção a mim, ainda sorrindo abertamente —Eu irei lhe matar, mas somente depois de lhe fazer sofrer com a morte de cada um de seus companheiros guardiões.

Breu passou as mãos sobre a bolha. Senti uma pequena fisgada com o movimento dele. Mesmo que bem devagar, a bolha começou a sugar minha essência mágica. Se aquilo continuasse, eu morreria mais cedo ou mais tarde. Era só uma questão de tempo, e seria doloroso.

—E eu nem precisarei sujar minhas mãos com seu sangue imundo. — Breu afastou suas mãos, seu sorriso sumira —Mas, primeiro, vamos cuidar de algumas coisinhas.

—Você não deveria nós subestimar tanto assim. Enquanto eu ainda tiver forças e acreditados, essa sua bolha não me matara. — mesmo não acreditando 100% em minhas palavras, permaneci firme.

—Veremos se você irá continuar com essa pose altruísta depois que eu destruir cada fragmento daquilo que te mantem forte. — Breu gargalhou e sumiu em meio as sombras.

Retornei meu olhar para o globo. A quantidade de luzes acessas diminuiu, gradativamente elas vão se apagando. Apenas uma permanecia brilhando mais que as outras, foi então que a notei. Era ela que Breu encarava, era para ela que ele ria. Ele sentiria prazer esmagando aquela luz, e percebi ele faria isso pessoalmente. Eu precisava entrar em contato com os demais. Era arriscado e eu estaria arriscando perder mais energia, mas eu precisava usar meu dom de telepatia. Concentrei-me, procurando uma compatibilidade perfeita para consumir a menor quantidade de energia possível. O nível de compatibilidade que eu precisava séria difícil de encontrar, mas eu precisava tentar a qualquer custo. Era a primeira vez que eu usaria meu dom daquela forma, então esperava que um dentre os guardiões possuísse o necessário. Concentrei-Me bem, acessando a mente de todos, procurando pelo melhor canal, até que consegui conectar minha mente com a de Jack. A fraqueza na conexão não deixara ele perceber minha presença, nem tão pouco me permitira interagir com ele. O mais interessante foi o fato de ele ter sido o único com quem consegui estabelecer uma boa conexão, nem mesmo com meu próprio pai eu achei uma conectividade tão compatível assim.

Sincronizei minha visão com a de Jack, a visão do rapaz passou a ser a minha. Vi todos saírem de uma toca de coelho, uma das passagem de Easter para sua habitação: a Ilha da Páscoa. Respirei aliviada, todos estavam bem, todos é claro com a exceção de Sandman. Uma lágrima teimosa rolou por minha face, a perda dele seria difícil de aceitar. A repentina agitação de Jack puxou minha concentração de volta e vi todos sacarem suas armas, como se estivessem pressentindo a aproximação de alguém ou algo. Easter farejou o ar sentiu o cheiro de algo que o fez correr na direção apontada por seu faro. Tooth e meu pai o seguem, com Jack logo atrás deles. Mas eles param ao comando de Easter, que abre o campo de visão e revela um Shophia sorridente, que comigo correu atrás de um ovo saltitante que passou pela sua frente. Todos esconderam sua armas com rapidez, não queriam assusta-la. Shophia certamente não deveria estar na Ilha da Páscoa, ela deve ter usado algum portal de meu pai enquanto este esteve apagado no quarto de seu irmão, era a única explicação descente. Easter jamais deixaria uma de suas tocas abertas, ele sempre tomou esse cuidado, meu pai era o único que carregava seus globos-de-neve/portais mágicos no bolso de seu grosso casaco. Não me surpreenderia se um caísse, mas ainda sim eu também era culpada por aquele enorme descuido.

A Origem dos Guardiões - Livro I (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora