A Origem dos Guardiões - Livro I (Em Revisão)

20 - Confronto

—Janny, fique sempre perto de um deles, os guardiões irão ti proteger. — depositei um suave beijo no topo de sua cabeça e encarei aos demais -Vocês sabem o que fazer.

Os três assentiram e Tooth pegou Janny pela mão, o levando para longe de todo aquele perigo. Me juntei a Jack e ambos nos preparamos para o combate. Iriamos distrair Breu enquanto os demais executavam o plano para salvarmos a todos.

—Você deveria ter ficado com os outros Angel. — Jack me reprovou —Também estas sofrendo com os efeitos colaterais da perda de crença.

—Somos os únicos aqui que ainda possuem magia o suficiente para batalhar. Nem tente me convencer de ir, não vou deixar você enfrentar esse furão magricela sozinho. — Jack abriu a boca pra dizer algo, mas eu fui mais rápida e o interrompi —Eu sou sua líder e devo proteger-te, afinal você também é um guardião. — lhe lancei uma piscadela.

—Tudo bem então. — Jack suspirou, admitindo a derrota daquele diálogo —Mas eu irei proteger você em troca.

—Me parece justo.

Transfigurando o ar, convoquei minha katana. Eu nunca me cansava da forma como nossas armas desapareciam e apareciam conforme nossa vontade. Mesmo após trezentos anos do dia em que despertei na floresta após minha morte, nunca deixei de me impressionar com a magia que aquela nova vida me proporcionava. Segurando a empunhadura de minha arma com ambas as mãos, estiquei ao máximo minhas asas e deixei minha magia fluir por todo meu corpo e transpassar para minhas armas. Eu não estava em 100%, mas tinha forças o bastante para atrasar Breu enquanto os demais concretizavam nosso plano. Tudo dependia deles e de Janny, o sucesso daquela guerra estava em suas mãos.

—Frozt e Angel?! Só restaram vocês para lutar comigo? — Breu desdenhou —Então acabemos com essa brincadeira de uma vez por todas.

Com um sorriso diabólico nos lábios, Breu se precipitou contra nós, envolto de um furacão de areia negra, materializado por suas criaturas. Não nos acuamos e também partimos em sua direção. Lançamos nossas magias, mas elas sequer serviram para fazer cócegas em Breu. Ele simplesmente as bloqueou como se não passassem de nada perante sua força. Era notório que, enquanto perdíamos a crença das crianças, Breu as conseguia em troca, o que o tornava mais forte.

—Esses truques não vão mais funcionar em mim. — Breu lançou areia negra em nós.

Incapazes de bloquear seu golpe, fomos atingidos em cheio. Jack perdeu o controle sobre o vento que o fazia flutuar, enquanto minhas asas pesam com o acúmulo de partículas da areia negra que se penderam a ela. Sem saída, despencamos direto para o asfalto frio. Jack me puxou com rapidez para seus braços e me abraçou forte. Atingimos a superfície rápido demais, não consegui impedir que Jack recebesse o impacto da queda por nós dois. Ele arfou dolorosamente quando suas costas atingiram uma lata de lixo.

—Ah Jack! — saí rapidamente de cima dele e o ajudei a se levantar —Por que você fez isso seu bobo?

—Eu prometi que também ia te proteger. — Jack riu com dificuldade, recebendo um revirar de os olhos meu em resposta.

—Vocês dois estão bem? — papai veio ao nosso encontro, acompanhado dos outros.

—O que vocês fazem aqui? — arregalei os olhos, surpresa, crente que eles já estariam longe.

—Aquele furão de uma figa ficou mais forte, não podíamos deixar vocês dois sozinhos. — Easter jogou o capuz de sua camisa para trás, organizando em seguida os fios cinzas de seu cabelo bagunçado —Sou um guardião de princípios minha cara.

—E eu tenho uma ideia melhor em mente. — Tooth sorriu para mim —Não seria mais viável resolvermos esse problema como Jack sempre faz?

Eu não consegui detectar o que Tooth quis dizer. Como a diversão poderia nos salvar naquele momento? Não me parecia algo tão simples assim. Um relâmpago corta o céu e meus pensamentos, atraindo nossa atenção para cima. O Sorriso sombrio nos lábios de Breu arrepiou todos os pelos de meu corpo. Meus sentidos estavam em alerta máximo.