17 - Provocações

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—Eu te avisei que os guardiões jamais confiariam em você, Jack Frozt. — a voz de Breu chegou até meu ouvidos, me causando náuseas —Mas tudo bem, eu te entendo perfeitamente.

—Você não desiste mesmo, Breu. — virei-me e o encarei com olhos frios —Por que você não cala essa boca de uma vez antes que eu mesma o faça?!

—Tenho que admitir que a raiva é um de seus melhores charmes, Angel. — Breu riu com malícia —Eu quero apenas ajudar o seu "amado" — ele fez sinal de aspas com os dedos, debochando.

—Em o que você poderia ajuda-lo? Você não sabe nada sobre ele!

Não esperei a resposta. Estava farta de suas provocações, de suas tramas, de tudo que o permeia, apenas deixei meus instinto prosseguir. Lancei uma pequeno fleche de luz na direção de Breu, ao qual passou raspando por sua bochecha. Um filete de sangue escorreu. Meus poderes ainda não estavam em 100%, mas era o suficiente para ameaça-lo, e funcionara bem. Vi o medo e a fúria misturados nas íris negras de Breu. Ele se preparou para atacar e Jack também, pronto para me defender. A magia dos dois se chocaram ao mesmo tempo, o que criou um monumento bizarro e sombrio.

—Você acha mesmo que eu não sei o que é ser excluído?! Ser um desacreditado?! Querer uma família?! — Breu saiu detrás do monumento —Durante todo o tempo em que passei nas sombras, eu pensei que ninguém sabia como eu me sentia de verdade, mas existia alguém igual a mim. — ele estendeu a mão a Jack, convidativo —Nós não precisamos ficar mais sozinhos, Jack, não mais. Eu acredito em você e as crianças também irão acreditar. — ele votou-se para o monumento —Veja quantas coisas eu e você podemos fazer juntos, Jack. Nada combina mais do que a escuridão e o frio. Nós podemos fazer com que as crianças passem a acreditar em você, nós podemos lhes dar um novo mundo onde tudo será exatamente...

—Como você quer? — Jack completou, sua voz desprovida de qualquer emoção.

—E como você quer também, claro. — Breu apontou para Jack, decidido a não desistir de persuadi-lo —Podemos fazer com que tudo seja do nosso jeito, fazer com que acreditem em nós dois.

—Acreditar em você? Elas terão é medo, nada mais além do medo! — revidei, o nojo estava claro em meu tom.

—Não é isso que eu quero para mim. Pela última vez, deixe-nos em paz! — Jack disparou com frieza.

—Então é isso, você prefere ficar do lado de alguém que já te abandonou uma vez e, com total certeza, fará de novo? — as íris de Breu tornam a escurecer.

—Você está enganado sobre muitas coisas, Breu, e essa é mais uma delas. Mas até que é bem compreensível, afinal, seu coração é tão oco quanto sei crânio. — sorri, era a minha vez de desdenhar.

—É, tenho se admitir, você é boa com as palavras. — Breu sorriu —Vou deixa-los sozinho, já que é assim que vocês querem. Mas, primeiro, resolvamos alguns pequenos detalhes. — ele retira  as mãos de suas costas e nos mostra a pequena fadinha que deixamos em seu esconderijo.

—Fadinha! — Jack deu um passo, mas não prossegui mais que isso, não ao ver o sofrimento da fadinha ao ser pressionada por Breu.

—O que você quer em troca dela? — eu já sabia que Breu não iria até nós de mão abanando, ele usaria de subterfúgios pra nos persuadir a obedece-lo.

—Primeiro, me passe seu cajado Jack. Você tem o péssimo hábito de atrapalhar meus planos. — o tom de Breu era vitorioso.

—Sem problemas. - sem precisar cogitar negar, Jack arremessou seu cajado magico aos pés de Breu —O que mais?

—Agora você Angel, se lembra disso? — Breu materializou uma bolha negra ao seu lado —Se quiser ver a fadinha e seu amado Frozt em segurança, entre nela agora.

—Seu canalha! — Jack perdeu a compostura.

Segurei-o pelo braço e impedir de avançar sobre Breu. Era a vida de uma das fadinhas que estava em risco. Não me perdoaria se algo acontecesse a qualquer uma das operarias amadas de minha melhor amiga, que as tinha como suas filhas. Se o preço era minha vida, eu a daria de bom grado. O Moon poderia achar outro líder para ficar em meu lugar se precisasse.

—Eu faço! — sorri para Jack, tentando transmitir pra ele que estava tudo bem —Se eu o fizer, você promete que deixa os dois em paz? — encarei Breu com um olhar livre de qualquer emoção.

—É uma promessa! — Breu pôs a mão no peito, sabia que era uma falsa sinceridade, mas não podia arriscar.

—Você não pode Angel! — Jack apertou minha mão, me impedindo de ir até Breu.

—Irá ficar tudo bem Jack, prometo. — afaguei seu rosto com minha mão livre —Vamos nos encontrar novamente. — depositei um suave e simples beijo em seus lábios.

Jack soltou minha mão e baixou o olhar. Ele sabia que não conseguiria me fazer mudar de ideia, não quando a refém era uma das fadinhas de Tooth. Me aproximei de Breu, que abriu a bolha. Entrei na bolha negra, minha recém conhecida, e logo fui trancada pelas finas, mas bem protegidas, paredes dela.

—Agora você já pode solta-la.

—E por que eu deveria fazer isso? — Breu sorriu, seu sorriso era diabólico, malicioso.

Eu esperada por aquela resposta, eu sabia que Breu não cederia fácil, então eu gargalhei. Breu ficou surpreso com minha reação, exatamente o que eu queria. A fadinha se aproveitou da distração que eu conseguira e picou a mão de Breu, ato ao qual ele desaprovou com raiva. Ele arremessa a fadinha em direção ao uma rocha, que bate contra o gelo maciço e despenca. Ainda tomado pela emoção, pegou o cajado magico de Jack entre seus dedos e o partiu ao meio com o joelho. Jack arfou e caiu de joelhos, o que provocou meu desespero. E, ainda não satisfeito, lançou um punhado de areia negra sobre Jack, o arremessando para o local onde a fadinha caíra.

—Deixe-os... Ah! — arfei ao sentir meus poderes sendo sugados mais rápido do que a primeira vez em que estive na bolha —O que você fez?

—Apenas um presentinho para você. 

Não tive tempo de refutar Breu, a bolha não deixara. Minha magia fora sugada muito rápido, sentia que aquele seria meu fim. Breu finalmente conseguiria me matar, e sem precisar sujar suas mãos de sangue. Mas, ainda sim, eu sofreria uma morte bem dolorosa. Minhas forças se esvaíram muito rápido e, quando deu por mim, apaguei completamente, sendo a ultima coisa a ouvir a gargalhada sinistra e vitoriosa de Breu.

A Origem dos Guardiões - Livro I (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora